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Nós, da produção, da micro, pequena e média indústria deste estado, estamos nos organizando em associação para termos voz e sermos ouvidos. Nada temos contra ninguém; estamos empenhados em somar com as entidades de classe, bem como com as organizações governamentais, para desenvolver o bem comum para todos.

Com a entrada dos produtos chineses no mercado, houve uma modificação radical nas relações entre indústria e comércio, resultando em alto prejuízo para nós, da produção. Esse fator, aliado a outros itens que interferiram na realidade de nossa economia, fizeram com que mais de 80% das indústrias desse porte estejam quebradas ou apenas sobrevivendo. Por isso, agora, mais do que antes, dependemos de maior participação do governo em todos os níveis nas relações entre as empresas industriais e o mercado.

Vejamos: a Secretaria de Estado da Indústria e Comércio do Paraná tem um projeto para o setor – só que é o antigo "Bom Negócio", transferido para a esfera estadual, uma iniciativa, pode-se dizer, copiada da Agência Curitiba de Desenvolvimento (e extinta por ela em boa hora). Esse projeto nada mais é que aumentar a base de arrecadação, feito por quem pouco entende os problemas enfrentados pelo pequeno empreendedor fabril. Oferecem o quê? Financiamento e assistência gerencial – não é disso que precisamos.

A Agência Curitiba foi orientada, durante oito anos, por projetos equivocados, baseados (como dissemos) no Bom Negocio. Foi um engodo que não deu certo: pesquisa feita depois constatou que 50% dos microempresários que se formalizaram estão hoje inadimplentes e 80% quebraram (em função de custos adicionais acarretados pela formalização etc.). As incubadoras de microempresários, que após um início promissor chegaram ao número de 13, enfrentaram diversos problemas que, aliados à incompetência gerencial, agravaram o quadro. Agora não resta nenhuma. Portanto, aquela agência pouco atendeu às necessidades das indústrias de pequeno porte sediadas em Curitiba.

Por sua vez, o Sebrae – instituição concebida por entidades da classe empresarial –, que poderia fazer alguma coisa, se declara incapaz de operar em favor dos desafios expostos pelas indústrias, por se dedicar ao comércio e aos serviços. Temos ainda a Fiep como entidade de classe, que poderia e deveria nos representar; mas, talvez por estar focada em esferas mais amplas, não tem elaborado projetos de base desenvolvimentista para as microindústrias do Paraná.

Tais entidades da classe e órgãos governamentais pouco têm definido sobre uma política industrial para o estado. Não obstante, defendemos que o governo e os demais entes de natureza pública têm de participar dos destinos de milhares de micro e pequenas indústrias, com projetos e iniciativas viáveis e que possam ser colocados em prática, porque elas englobam a célula para a geração de empregos e, ao fim, para o desenvolvimento do país.

Ailson Oliveira Colossi é microindustrial do setor de couros no Paraná.

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