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Gradualmente, a avaliação passa a integrar as rotinas administrativas das Instituições de Ensino Superior como atividade pertinente e indispensável. No ensino brasileiro, há muito espaço para se alcançar padrões de excelência, sobretudo no que diz respeito ao aprimoramento de sua prática, processos, métodos e instrumentos. O melhoramento da qualidade da educação não ocorre espontaneamente, nem por acaso. Ele é fruto do comprometimento de todos os membros da comunidade acadêmica, inclusive dos alunos e familiares, não excluída a coragem de fazer as mudanças necessárias por parte das lideranças docentes e administrativas. A avaliação é o instrumento de que a gestão dispõe para tornar esse comprometimento uma realidade efetiva. O confronto dos conceitos de administração e de avaliação demonstra que a avaliação é prática essencial da atividade administrativa. Administração deve ser entendida como a coordenação de esforços coletivos da instituição para o alcance dos seus objetivos. Uma administração bem-sucedida é aquela que garante a consecução dos propósitos almejados. Nada é mais óbvio para os administradores e os membros da organização do que medir o alcance do êxito ou o grau de fracasso que obtiveram com o seu desempenho. O propósito sempre será o de aumentar o grau de eficiência, eficácia e efetividade institucional.

A mensuração do grau de sucesso ou de fracasso da instituição oferece aos gestores os elementos objetivos necessários para manter, aperfeiçoar ou redirecionar os procedimentos administrativos da entidade. A melhoria da administração constitui aprimoramento tanto no gerenciamento quanto na instituição, dado que a administração sem avaliação é incompleta e, com o fluir do tempo, representa uma atitude irresponsável pelas conseqüências danosas que ocasiona.

O objetivo último da avaliação é o aprimoramento da instituição. Para a universidade, a avaliação torna-se elemento essencial na busca da qualidade e no alcance da própria excelência, em alguns dos seus setores mais privilegiados. A avaliação, tanto na teoria quanto na prática, não pode ser vista como algo paralelo ou adendo do funcionamento normal da gestão, visto que ela é essencial à operação de uma unidade acadêmica ou programa educacional. A organização que procede à auto-avaliação deve convencer os seus membros a viverem em contínuo "estado de mudança", o que não deixa de gerar algum desconforto. Os integrantes da organização que estão realmente comprometidos com os objetivos da instituição aceitam essa situação de desconforto e abraçam com entusiasmo as iniciativas de avaliação, convencidos e seguros de que as mudanças virão em nome do melhoramento. Os que temem as mudanças ou não comungam com os objetivos da instituição– naturalmente a ela vão opor-se. Em geral, todos querem o aperfeiçoamento institucional, todos acreditam no melhoramento e consideram a avaliação como o meio condizente para tal fim. Quando, porém, na ausência do clima organizacional que reivindica a concordância de objetivos, alguns podem resistir à avaliação. Entretanto, a premissa de que a avaliação constitui atividade essencial na administração é legítima e de alta estima em qualquer organização.

Nenhum óbice ou razão pode descartá-la na organização acadêmica. A auto-avaliação da instituição logo tende a criar mecanismos condizentes com a sua realidade específica, para verificar o grau de eficácia na consecução dos seus propósitos e da sua missão. Os estudos institucionais de avaliação são de crucial importância para o planejamento, validação, regulação e sucesso de todo o processo de gerenciamento. A elaboração de estudos sistemáticos de avaliação e de propostas planejadas de mudança é comportamento habitual e comum em nossa instituição universitária. A avaliação mostra com clareza em que pontos a educação, a pesquisa e os serviços prestados à comunidade podem ser melhorados. A avaliação criteriosa identifica dia após dia os aspectos do desempenho, cujo melhoramento se faz desejável e necessário.

Clemente Ivo Juliatto é reitor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná e presidente do Círculo de Estudos Bandeirantes.

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