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Estamos vivenciando em Curitiba o que parece ser uma nova e importante forma de participação da população nas discussões sobre a paisagem do espaço público. As calçadas têm sido um tema recorrente. O que é melhor ou pior? Petit pavê, paver, lousinha, placas de concreto, placas de granito, antipó etc. Na verdade, nenhum dos materiais é "mais" ou "menos". São apenas diferentes. Bom senso, criatividade e inovação são determinantes para especificar materiais.

Inclusão ou exclusão social não acontecem pelo tipo de piso que reveste uma calçada. Boas práticas urbanísticas e paisagísticas podem ser fonte de otimismo e esperança – que, junto com o suporte de ações sociais, econômicas e culturais, criam uma cidade melhor. Ruas, calçadas, parques e praças são espaços públicos e pertencem a lugares, não a alguns indivíduos ou a interesses econômicos. Lugares pertencem a todos os cidadãos. Lugares possuem "alma", "espírito", origem e identidade.

As calçadas são espaços de circulação e encontro. Funcionalmente, devem permitir a todos circular com segurança e acessibilidade. Árvores, sombra, pisos com diferentes materiais, cores, textura e desenhos estimulam caminhares criativos e prazerosos. Calçadas podem ser como longos "tapetes", monocromáticos ou com desenhados mosaicos. Estes "tapetes" possibilitam leituras de narrativas poéticas imaginárias inventadas livremente por cada pessoa.

A paisagem de uma rua, praça ou parque dinamiza e surpreende. Ela é, para a cidade, mais que um complemento; é sua representação e importante forma de criar espaços para que seus habitantes e visitantes se sintam bem.

Orlando Busarello, arquiteto e urbanista, é presidente da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas no Paraná (ABAP/PR), conselheiro do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/PR) e da Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (AsBEA/PR).

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