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Carreira horizontal: a era das habilidades e flexibilidade
| Foto: Unsplash

Historicamente, a progressão de carreira esteve intrinsecamente associada à carreira vertical, marcada pela busca incessante por salários e cargos, principalmente para a geração Baby Boomer. Contudo, a dinâmica do mercado de trabalho passou por transformações significativas nos últimos anos, assim como os profissionais, impulsionados pela crescente competitividade e pelo advento de novas tecnologias, somada às mudanças trazidas pela pandemia.

Neste contexto, emergiram novas prioridades, com destaque para o interesse em manter-se em uma carreira horizontal, que ao contrário do modelo tradicional, direciona o foco para o desenvolvimento contínuo de habilidades. Segundo o relatório Futuro dos Empregos do Fórum Econômico Mundial, até 2027, espera-se que 6 a cada 10 profissionais necessitem de treinamento para se manterem relevantes no mercado de trabalho. Essa estimativa revela que a mudança de paradigma não apenas reconfigura as expectativas dos profissionais, mas também coloca desafios e oportunidades para as organizações.

Neste novo cenário, predomina o interesse dos mais jovens. De acordo com o estudo Workmonitor 2024, mais da metade da geração Z (53%) não aceitaria um emprego que não oferecesse oportunidades de aprendizado e desenvolvimento para garantir o futuro de suas habilidades, incluindo Inteligência Artificial - que foi eleito como principal tema de interesse no aprendizado e desenvolvimento profissional para 45% dos brasileiros.

Associadas à automação e à digitalização, também está a flexibilidade. Os profissionais contemporâneos não querem se tornar obsoletos, por isso, buscam por oportunidades que os permitam transitar entre diversas áreas funcionais, com o objetivo de explorar diferentes setores, ganhando uma compreensão mais ampla do negócio e construindo uma base de conhecimento versátil. Isso, sem perder a qualidade de vida, com equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal. Essa nova dinâmica evidencia que, para uma parcela significativa, a ambição vai além dos típicos avanços hierárquicos, variando também conforme as aspirações individuais.

Do lado das empresas, dados da mesma pesquisa global, mostram que, no Brasil, 60% dos empregadores já estão auxiliando ativamente seus colaboradores no desenvolvimento de habilidades necessárias para suas carreiras. Esse comprometimento revela uma conscientização aguçada das organizações sobre a importância crucial de se anteciparem às mudanças iminentes, garantindo não apenas a sustentabilidade de suas operações, mas também o desenvolvimento contínuo de uma força de trabalho resiliente e adaptável. Além disso, gera interesse mútuo entre as partes.

A carreira horizontal representa uma mudança profunda nas prioridades profissionais das novas gerações. A busca por experiências enriquecedoras e o compromisso de desenvolvimento direcionam para uma abordagem mais holística. Empresas que abraçarem essa tendência e ajustarem suas práticas de gestão de talentos estarão alinhadas aos valores emergentes, assim como estarão bem posicionadas na atração e retenção dos melhores profissionais.

Lucas Crepaldi é head de Marketing da Randstad Brasil.

Conteúdo editado por:Jocelaine Santos
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