• Carregando...
 | Ivonaldo Alexandre/Arquivo Gazeta do Povo
| Foto: Ivonaldo Alexandre/Arquivo Gazeta do Povo

Desde 1950, o mundo vem apresentando um crescimento constante da população que reside em áreas urbanas, o que, segundo a ONU, tem levado à urbanização das sociedades em uma velocidade tão grande que teremos cerca de 70% da população em centros urbanos em 2050, frente a 70% da população em áreas rurais em 1950.

Esse crescimento resulta em novas necessidades da população, que não têm sido acompanhadas pela gestão pública de forma eficaz, pois são agravadas com o avanço tecnológico da nova era que apresenta cada vez melhores alternativas para evitar o desperdício ou o esforço desnecessário para a execução de atividades rotineiras.

Embora a tecnologia evolua em uma velocidade que excede as expectativas, não é na mesma velocidade que as cidades as absorvem em benefício dos cidadãos, proporcionando maior qualidade de vida.

Boa parte dos impedimentos se deve à alta burocracia

A ineficiência da gestão de recursos nas áreas urbanas ocasiona evidentes desigualdades, baixa qualidade de vida e preocupação com o futuro dos ecossistemas urbanos que não param de crescer. Atualmente, é evidente que a geração de soluções é menor que o surgimento de novos problemas e o aumento de situações críticas em nossos principais centros urbanos, principalmente relacionadas à mobilidade, governança, economia, meio ambiente, pessoas e qualidade de vida.

Ao analisar os principais problemas dos centros urbanos, e fazendo um contraponto, podemos chegar aos seis pilares de uma cidade inteligente, que representa um ecossistema inovador, caracterizado pelo uso generalizado de tecnologia na gestão de seus recursos e infraestrutura.

Então, quais são as principais dificuldades que a administração pública tem em alinhar as necessidades da população com as diversas novas tecnologias que surgem a cada dia? Analisando o cenário brasileiro, boa parte dos impedimentos se deve à alta burocracia envolvida em um processo licitatório, que, além do tempo excessivo, não está preparado para acompanhar as novas formas de negócio do século 21, as quais estão baseadas em crowdsourcing – compartilhamento e colaboração –, e impedem que a tecnologia e a inovação possam transformar a realidade da população propiciando melhor qualidade de vida.

Leia também: Os cidadãos e as cidades inteligentes (artigo de Luís Mario Luchetta, publicado em 19 de novembro de 2016)

Leia também: Smart cities: cidades cada vez mais inteligentes (artigo de Carlos Sandrini, publicado em 25 de abril de 2016)

Outra parte se deve à falta de expertise da gestão pública em integrar as diversas tecnologias, de forma a criar um ambiente focado em resolver os problemas e necessidades da população, pois uma cidade inovadora é feita principalmente de colaboração e de parcerias que tenham paixão em resolver problemas. Trabalhar esse cenário caótico e desafiador, de forma solitária, é uma tarefa muito árdua e penosa.

Além de uma revisão criteriosa na Lei 8.666/93, que institui normas para licitações e contratos para a administração pública, é preciso ceder mais espaço para a iniciativa privada colaborar com soluções focadas em resolver problemas da população de forma colaborativa, ou seja, por meio de parcerias público-privadas que propiciem a evolução de todos os pilares de nossas cidades, resultando em maior qualidade de vida para a população.

Dyonata Laitener Ramos é coordenador de projetos no Instituto das Cidades Inteligentes (ICI).
0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]