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Construção civil é um dos 17 setores cuja folha de pagamento está desonerada atualmente.
Imagem ilustrativa.| Foto: Lineu Filho/Tribuna do Paraná

O debate sobre conscientização ambiental e atitudes de preservação da natureza não pode se limitar a poucos setores da sociedade e da política, nem mesmo a uma data, como o Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, seja um marco significativo. Mas é um fato que esse debate e as ações precisam, cada vez mais, transpor limites temporais e possibilitar a integração entre setores produtivos. Isso pode evitar que o planeta continue em uma espiral de desmatamento, poluição e aumento da temperatura do planeta. Em maio de 2023, um estudo da Organização Mundial Meteorológica (OMM) mostrou que há 66% de probabilidade de a média anual de aquecimento ficar acima de 1,5°C entre 2023 e 2027.

Esse índice de 1,5°C de temperatura é considerado seguro para as mudanças climáticas até o final do século 21. Ultrapassá-lo em tão pouco tempo seria aumentar as possibilidades de desastres ambientais. É notório que uma mudança de atitude de todos os setores da sociedade precisa ser cada vez mais contundente e não há possibilidade de qualquer cidadão cogitar ficar isento desta responsabilidade. Dentro disto, os diferentes setores da economia precisam se movimentar para mudança de atitudes e investir em desenvolvimento sustentável, inclusive a construção civil.

Quando uma empresa assume protagonismo de sustentabilidade, passa a pregar também um discurso alinhado com a sociedade.

Em primeiro lugar, é importante lembrar que esse setor é um dos mais importantes na economia nacional. Segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), enquanto o Brasil apresentou crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2,4% em 2022, no mesmo ano o PIB da construção civil cresceu 6,9%, o que ajudou no impulso à economia brasileira como um todo. Nesse sentido, é importante lembrar que para haver crescimento são necessários insumos e matérias-primas. Por isso, as empreiteiras devem tomar atitudes que não agridam a natureza.

Dentre algumas atitudes que a construção civil pode tomar para a preservação ambiental está o investimento nos greenbuildings, ou, na tradução para o português, os edifícios verdes. Esses empreendimentos apresentam atitudes sustentáveis em todas as etapas da execução da obra, desde o projeto até a entrega para os proprietários.  Outras atitudes podem envolver, por exemplo, a organização do canteiro de obras para evitar desperdícios de suprimentos. Isso significa que as construtoras precisam de gerenciamento dos resíduos, separação do que pode ser reaproveitado e aquilo que precisa da destinação correta para decomposição.

Também pode haver investimento em tecnologias que diminuam o consumo de água e energia, seja durante a obra ou na operação do empreendimento. Isso significa, por exemplo, valorizar o uso da água da chuva e da luz solar. Junto a essas atitudes, é fundamental também o treinamento de toda a equipe de trabalhadores e sua conscientização sobre a necessidade de preservação ambiental e a participação da construção civil nesta questão.

Essas são apenas algumas atitudes com as quais as empreiteiras podem contribuir para a preservação ambiental. Estar em consonância com a vanguarda de defesa dos recursos naturais é, inclusive, uma maneira de aprimorar a imagem do setor e das empresas perante a sociedade como um todo. Quando uma empresa assume protagonismo de sustentabilidade, passa a pregar também um discurso alinhado com a sociedade brasileira e mundial. Sejamos todos protagonistas desta causa.

Maurício Wildner da Cunha é engenheiro civil da Construtora Andrade Ribeiro.

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