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A partir do momento em que o Ministério Público do Trabalho dá publicidade a seus atos investigatórios, passamos a viver uma grande celeuma. Foi notícia de jornal e objeto de reportagem de televisão a investigação que o MPT está desenvolvendo por causa do coral natalino do HSBC. Não se sabe o porquê da publicidade, mas o fato é que ela ocorreu em cima de um dos cartões-postais de Curitiba. O coral é composto por crianças carentes, grande parte delas oriundas de casas-lar (casas que contam com mães sociais para atendê-las, já que as crianças saíram dos seus lares por determinação judicial, por se encontrarem em condições de risco social).

Ninguém pode imaginar o bem que o coral faz a essas crianças: a alegria delas por sentirem-se artistas, a disciplina e seriedade com que encaram a função, a cobrança do HSBC em relação aos estudos (elas têm de estar bem na escola, sob pena de serem desligadas do coral, cabendo frisar que o HSBC fornece o atendimento de pedagogos para aulas de reforço, psicólogos para o seu desenvolvimento psicológico etc.), bem como a contribuição com ajuda de custo e plano de saúde para todas as crianças – não só das que participam do coral, mas também das demais assistidas pelas instituições.

Ouvir no noticiário que o MPT considera o coral como exploração de trabalho infantil deixa-nos tristes. Primeiro, porque se trata de uma mera investigação e, antes de seu fim, nada pode ser dito; segundo, porque a investigação não precisa e não deve ter qualquer tipo de publicidade; terceiro, porque da maneira como o assunto foi tratado em entrevista dada pela procuradora encarregada da investigação, o HSBC pode ser levado a tomar medidas como simplesmente optar por suspender as apresentações e extinguir o coral que tanto bem faz às crianças.

Tenho certeza de que o HSBC não agirá dessa maneira, de que as crianças não serão abandonadas e de que o HSBC continuará a contribuir para a educação e o desenvolvimento intelectual e psicológico dessas crianças. Tenho certeza de que, em que pese o incômodo por que passa, com a contratação de advogados e realização de audiências, tudo chegará a bom termo e que a publicidade, então, será no sentido de louvar-se a iniciativa do HSBC, não somente em relação ao seu coral, mas em relação a toda a ajuda que ele oferece a um sem-número de instituições que atendem crianças em condições de risco social.

Roland Hasson, procurador do Estado do Paraná e professor titular de Direito Processual do Trabalho da PUCPR, é presidente da Fundação Iniciativa, uma das entidades que têm crianças entre os participantes do coral do HSBC.

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