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Para evitar que o vírus chegue a esses locais, é preciso um esforço compartilhado de prestadores de serviço, pacientes e familiares
| Foto: Bigstock

Os idosos são o principal grupo de risco da Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. Como já reportado à exaustão, o grande temor dos governos estaduais e federal é que o pico de casos, em abril, leve ao colapso do sistema de saúde. Com um aumento brusco, o número limitado de leitos de UTI levaria o país à mesma situação calamitosa da Itália: ter de escolher quem vive e quem morre.

Neste contexto, o coronavírus se apresenta um perigo ainda maior em casas de repouso, com alta concentração de sexagenários e pessoas com doenças respiratórias ou cardiovasculares. Acompanhamos trágicas fatalidades na Espanha, Estados Unidos e Itália, em que casas de repouso foram dizimadas pelo contágio da Covid-19. Duplamente no grupo de risco, esses indivíduos precisarão de atenção redobrada durante a pandemia. O governo federal sinalizou um início de auxílio para os lares de idosos, mas é preciso fazer mais.

Precisamos de uma atenção maior e mais efetiva do Executivo estadual e municipal: os profissionais que diariamente convivem com os idosos nas casas de repouso precisam de mais equipamentos de proteção individual (EPIs); luvas, máscaras e álcool gel 70% já se tornaram escassos em diversas partes do Brasil, conforme noticiam os principais portais de notícias, e o que pedimos é a garantia do fornecimento desses produtos para as instituições – não adianta disponibilizar verba se não há EPI disponível para compra; precisamos receber testes rápidos de coronavírus, pois são de extrema importância para detectar precocemente a doença em funcionários e nos idosos no dia a dia; e, por último, um mutirão de vacinação presencial, dentro dos lares, contra o vírus H1N1 para todos que convivem nesse ambiente – profissionais e hóspedes.

São pedidos de resolução complexa, mas extremamente necessários no momento em que vivemos. A tendência é que, paralelamente a isso, acompanhemos o crescimento da procura por asilos justamente pelo fato de haver idosos que precisam de cuidados diários e não podem ficar em isolamento das pessoas.  Assim, uma moradia com segurança e capacidade de atender as necessidades desses indivíduos começa pela assepsia realizada da forma adequada contra o coronavírus.

Agora é a hora e o momento de os poderes públicos trabalharem em conjunto pelo nosso povo. A Promotoria do Idoso de Curitiba segue nesse caminho, com uma recomendação conjunta, realizada em 23 de março, pedindo a vacinação de todos os funcionários que prestem serviços a idosos, assim como a suspensão de visitas durante o período de contenção da pandemia. O momento é de todos trabalharmos juntos para que isso acabe o quanto antes – e com o menor número de vitimas possível.

Paula Gomes Loyola, formada em Administração com especialização em Gestão Geriátrica pela Eada–Business Schooll Barcelona, é fundadora da SeniorOnline, plataforma gratuita de pesquisa de casas de repouso.

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