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 | Atila Alberti/Tribuna do Parana
| Foto: Atila Alberti/Tribuna do Parana

A pior chuva é aquela que está por vir. Assim planejamos o nosso trabalho no Departamento de Pontes e Drenagem da Secretaria Municipal de Obras Públicas. Assim criamos alternativas e executamos projetos para prevenir os riscos inerentes aos temporais, mesmo que as intervenções na área de macrodrenagem demandem tempo e recursos vultuosos.

Está em curso a aplicação do maior valor já investido em macrodrenagem na história da capital. São cerca de R$ 480 milhões para garantir que a população sinta cada vez menos os impactos causados pelas fortes chuvas. Uma série de obras está em andamento e outro lote logo irá começar.

Rios e seus afluentes estão sendo preparados para ampliar suas vazões de escoamento. As obras também auxiliam na contenção do processo erosivo, do assoreamento, das inundações ao longo dos fundos de vale. A ação atua em galerias e canalizações, perfilhamento de rios, abre ou reforça lagoas de contenção e detenção.

O maior volume de recursos está destinado à Bacia do Rio Belém. Mas, também há recursos para obras nas bacias do Barigui, Ribeirão dos Padilhas e Atuba. E, ainda, para a elaboração de projetos na Bacia do Rio Iguaçu.

Foram instaladas caixas de contenção na galeria pluvial, que terão a função de reduzir a pressão na tubulação

Os serviços cotidianos não cessam na macrodrenagem. Equipes da Secretaria de Obras e dos Distritos de Manutenção Urbana realizam ações de microdrenagem, que direcionam a água da chuva ao grande sistema de drenagem que a cidade já possui. Com frequência são feitos reparos e construção de passarelas, pontes, implementação de galerias, desassoreamento, limpeza de rios, desentupimento e substituição de tubulação, limpeza de valas, recuperação e desobstrução de galerias de águas pluviais.

Nos últimos meses, a Prefeitura também executou serviços de limpeza em rios, córregos e canais para também minimizar os efeitos dos temporais e recuperar o meio ambiente. É um trabalho constante, que poderia contar com maior colaboração dos cidadãos. Basta dar destino correto ao lixo doméstico, aos restos de construção, às roupas velhas e indesejadas, aos fogões, geladeiras e sofás estropiados. O que não tem mais uso para nós, não é bem-vindo à natureza e ao sistema de drenagem da cidade.

Caso recorrente e recente, a Rua Desembargador Westphalen ficou destruída, na altura da esquina com a Avenida Visconde de Guarapuava, depois da chuva do dia 21 de fevereiro. A tubulação e as galerias da rua são antigas, subdimensionadas, e se tornaram insuficientes para suportar as cargas do temporal e dos entulhos descartados pela população.

Agimos rápido. No mesmo dia, nossos técnicos fizeram uma vistoria no local e, no dia 22, começaram os trabalhos de limpeza, desobstrução e reconstrução, tanto da galeria quanto do pavimento. Foram instaladas caixas de contenção na galeria pluvial, que terão a função de reduzir a pressão na tubulação e, assim, diminuir o potencial destrutivo das enchentes.

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Cabe frisar que caiu sobre Curitiba, entre 16h e 17h, 69,6 milímetros de chuva. De acordo com o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), o maior volume já registrado – em apenas uma hora – na sua série histórica iniciada em 1997. Durante todo aquele dia, foram 119,4 milímetros de chuva. O segundo maior volume para um dia anotado pelo Simepar.

Não há como separar as causas dos seus efeitos. Sistema subdimensionado, atrapalhado pelo lixo e inundado por uma quantidade de água atípica, são ingredientes para a destruição verificada.

A obra de recuperação de galeria e pavimento agora executada incentivou a realização do levantamento topográfico da área. E, por determinação do prefeito Rafael Greca, vamos preparar o projeto de revitalização completa da via. Inclusive, o prefeito já orientou que seja reservado recurso do orçamento do próximo ano para a execução da obra, que deve se concentrar em 1.600 metros da rua, uma nova galeria será construída e serão implantados tubos de grande porte.

Curitiba é referência para tantas outras cidades do Brasil e do mundo. Mantemos a busca por soluções para manter a nossa cidade em dia com sua população. Sim, estamos pensando na próxima chuva e fazendo cada vez mais para reduzir as chances de que ela cause prejuízos e transtornos.

Augusto Meyer Neto é engenheiro civil e diretor do Departamento de Pontes e Drenagem da Secretaria Municipal de Obras Públicas de Curitiba.
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