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estátua pequena sereia racismo
Policiais dinamarqueses tiram fotos da base da estátua da Pequena Sereia (Den lille Havfrue) depois que ela foi vandalizada, em 3 de julho de 2020| Foto: Mads Claus Rasmussen / Ritzau Scanpix / AFP

"O tema desse filme é se o homem deve ser governado pelas leis divinas ou pelas leis de um ditador como Ramsés. Os homens são propriedades do Estado? Ou almas livres sob as leis de Deus? A mesma batalha existe nos dias de hoje." É a fala de introdutória do diretor Cecil B. DeMille em seu filme Os Dez Mandamentos.

O grande diretor com um discurso forte e contundente apresentou para gerações de espectadores a superprodução Os Dez Mandamentos e colocou uma questão que ainda ressoa nos dias de hoje: Somos de fato almas livres sob as leis de Deus ou escravos baixo o poder de ditadores ?

Queremos de fato ser livres e senhores de nossas escolhas? Ou diante de tempos difíceis preferimos nos ajoelhar diante da tirania em troca de uma falsa sensação de segurança e bem-estar?

No excelente livro Doze regras para a vida: um antidoto para o caos, o doutor Jordan Peterson escreve: “(...) não significa sofrer silenciosa e voluntariamente quando uma pessoa ou organização nos exige mais, de modo reiterado, do que nos é oferecido em troca. Isso significa que estamos apoiando a tirania e permitindo que sejamos tratados como escravos. Não é virtuoso ser vitimizado por um bully, mesmo que o bully seja você mesmo.”

Não há honra em ser covarde e fraco diante da opressão. O silêncio e a submissão diante de leis injustas, da tirania e da opressão são um ato indesculpável. Ao nos silenciarmos diante do mal nos tornamos cúmplices.  O filosofo Henry David Thoreau em seu livro A Desobediência Civil, escreveu: “Será que o cidadão deve, ainda que por um momento e em grau mínimo, abrir mão de sua consciência em prol do legislador? Nesse caso, por que cada homem dispõe de uma consciência? Penso que devemos ser primeiro homens, e só depois súditos. [...] A lei nunca tornou os homens sequer um pouquinho mais justos; e, por força de seu respeito por ela, até mesmo os mais bem-intencionados são convertidos diariamente em agentes da injustiça.”

O que seria então uma lei injusta? Frédéric Bastiat no livro A lei responde: “Vida, faculdades, produção — e, em outros termos, individualidade, liberdade, propriedade — eis o homem. E, apesar da sagacidade dos líderes políticos, estes três dons de Deus precedem toda e qualquer legislação humana, e são superiores a ela. A vida, a liberdade e a propriedade não existem pelo simples fato de os homens terem feito leis. Ao contrário, foi pelo fato de a vida, a liberdade e a propriedade existirem antes que os homens foram levados a fazer as leis [...] a lei é a organização do direito natural de legítima defesa. É a substituição da força coletiva pelas forças individuais. E esta força coletiva deve somente fazer o que as forças individuais têm o direito natural e legal de fazerem: garantir as pessoas, as liberdades, as propriedades; manter o direito de cada um; e fazer reinar entre todos a justiça.”

Portanto, qualquer lei que surge para oprimir a liberdade é uma lei tirânica, e se submeter à tirania é o pior dos crimes. Não basta ser virtuoso e bom, é necessário ter coragem, força e ousadia para repudiar a injustiça.

A extrema-esquerda sempre buscará implementar uma ditadura e eliminar todo traço de individualidade que torna os indivíduos únicos. Primeiro através da linguagem, com a mordaça do politicamente correto, afinal quem controla a linguagem restringe e direciona o pensamento e o que os socialistas querem é banir da linguagem toda sorte de palavras que vão contra a sua sanguinária e genocida ideologia. Segundo, através da destruição de patrimônio histórico (museus, monumentos, estátuas, livros, documentos...) busca reconstruir a história segundo seu bel prazer para endossar seu totalitarismo, ódio e discriminação. Terceiro, cerceando direitos fundamentais e criminalizando formas de pensar que diferem e criticam o socialismo. O homem que não se ajoelha diante dessa cartilha esquerdista é um criminoso e sua existência não tem valor. A esquerda opera dentro do licito e ilícito, dentro do legal e ilegal e do moral e imoral.

Conservadores estão sendo presos, ofendidos, agredidos e criminalizados e tal realidade torna qualquer ganho econômico em algo sem valor. A extrema-esquerda é um câncer que ainda teimamos em tratar como simples ideia nociva e perigosa. Como eu havia dito anteriormente em artigo publicado pela Gazeta do Povo: “Um ataque à liberdade é um ataque à própria humanidade que um indivíduo carrega dentro de si. Ser humano é ser irremediavelmente livre, pois como disse o filósofo Jean-Paul Sartre: 'O homem está condenado a ser livre...'. A liberdade está ameaçada, pois ela se tornou, primeiramente, refém da ideologia e, agora, da sede de poder daqueles que deveriam ser seus legítimos guardiões.”

Carlos Alberto Chaves Pessoa Junior é professor de espanhol e inglês, articulista, palestrante e crítico literário.

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