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Moradores e comerciantes travam luta em SP para não ficarem próximos da cracolândia
Usuários de drogas se aglomeram na região central da capital paulista.| Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

“O homem benevolente será abençoado porque tira do seu pão para o pobre.” (Prov 9,2)

Está em andamento, no Supremo Tribunal Federal, em claro ativismo jurídico-iluminista, julgamento que pode liberar o porte de maconha no Brasil. Até o momento em que escrevo esse texto, o julgamento está com o placar de cinco a um em favor da liberação do porte.

Não é novidade nenhuma, inclusive para os viciados, que o mal que as drogas causam — efeitos físicos, psíquicos e morais —, prejudica também seus familiares. Mas não é só isso. Prejudicam também toda sociedade, com o fortalecimento do tráfico e o crescimento de pequenos roubos e furtos.

Me impressiona até o fato de que, ao votar, o ministro Alexandre de Moraes (que já foi secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo e conhece bem os problemas relacionados ao consumo de drogas), tenha sido o voto que abriu a questão da quantidade a ser autorizada: 60g.

Porém, apesar de o assunto ser drogas, não vou me ater ao ativismo de nosso Supremo, nem às consequências do uso de drogas, mas sobre os drogados e os bons samaritanos.

Se você, ao levar quentinha, almoço e sopão, conseguir salvar uma alma que seja, já valeu por todo sacrifício, deixando em festa todo o Reino do Céu.

Alguns podem achar até crueldade o que falarei, mas peço que leiam todo o texto e as duas visões sobre o assunto.

Atualmente, inclusive aqui na minha cidade e nas vizinhas, existem as chamadas cracolândias; ou, pura e simplesmente, aglomerações de dependentes químicos — moradores de ruas. Ao meu ver, uma das grandes responsabilidades sobre isso recai sobre os bons samaritanos, ou seja, aquelas pessoas, que ao terem a necessidade de fazer o bem (como o Pai nos ensinou), ou simplesmente para aliviarem seus corações, como que pagando uma promessa, distribuem café, quentinhas e sopão para essas pessoas.

Vivemos num país onde tudo que se planta, dá; onde qualquer um que não queira depender de caridade pode vender de balas em sinal ou ônibus, carpir um lote, se oferecer para pequenos trabalhos, ou até juntar recicláveis. E é justamente este último que normalmente fazem os dependentes químicos quando não estão praticando pequenos furtos.

Se considerarmos que uma venda de reciclados renda dez reais no dia, o que provavelmente dá muito mais, o viciado irá gastá-lo com drogas por ter a certeza de que, na hora certa, alguém irá levar o café da manhã, o almoço e o sopão. Por isso, ele continuará na mesma rotina, fazendo o mesmo que vem fazendo. E pior: vão se juntando a cada dia mais viciados e moradores de rua, colocando em risco toda a comunidade.

Aqui deixo uma dica, não um conselho: se você realmente sente a necessidade — que deveria ser de todos — de auxiliar ou matar a fome de quem realmente precisa, procure uma instituição confiável, ou de sua confiança, que ajuda quem não tenha de onde tirar seu sustento, quem mora em grandes sertões, em áreas de grande pobreza ou até mesmo de guerras, ou até mesmo famílias desamparadas que vivam perto de você.

Mas esse assunto, como falei antes, tem duas visões!

Se ao levar o café, a quentinha do almoço, ou mesmo o sopão, sua intenção for a de levar a Palavra junto, ótimo; afinal, ninguém escutará nada de barriga vazia. E se, ao fazer isso, você conseguir salvar uma alma que seja, já valeu por todo sacrifício, deixando em festa todo o Reino do Céu.

Adilson Veiga é auxiliar contábil.

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