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É hora de iniciar a imunização dos bravos vigilantes que, diariamente, põem em risco a própria vida para garantir a segurança de todos nós.
É hora de iniciar a imunização dos bravos vigilantes que, diariamente, põem em risco a própria vida para garantir a segurança de todos nós.| Foto: AEN

A vacinação avança a passos lentos no Brasil e, sobretudo, no Paraná. Enquanto alguns estados já divulgam calendários por idade incluindo os mais jovens, por aqui ainda não contamos com agilidade, nem com a previsão de imunizar um grupo que deveria ser prioritário desde o começo: os vigilantes.

Os profissionais da segurança privada não pararam em nenhum momento desde o início da pandemia – o governo federal, lembremos, reconheceu a categoria como essencial. Assim, essa categoria, composta em sua maioria por pais de família, não pôde seguir a orientação do “fique em casa”, assim como os profissionais de saúde não puderem fazê-lo. Foram e são essenciais para a segurança de bancos, instituições de ensino, empresas e condomínios comerciais e residenciais, trabalhando diretamente com o público. Essa categoria soma mais de 23 mil profissionais em todo o estado do Paraná.

Por isso, não é possível entender o porquê de a Secretaria de Estado da Saúde não os considerar grupo prioritário na fila da imunização. O secretário Beto Preto recusou o pedido do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Paraná (Sindesp-PR), alegando que os critérios são definidos pelo Ministério da Saúde. Trata-se de uma meia verdade, já que o Supremo Tribunal Federal concedeu a estados e municípios autonomia para as ações de combate à pandemia, delegando a esses entes o papel de definir os grupos prioritários em complemento às orientações do Ministério da Saúde. Em Minas Gerais, por exemplo, os profissionais de segurança privada já garantiram o direito à proteção.

O Projeto de Lei 800/2021, do deputado Pedro Lucas Fernandes, que inclui a categoria nos grupos prioritários, segue parado na Câmara, sem previsão de tramitar. Uma nota técnica do Ministério da Saúde, emitida em 31 de março, incluiu “trabalhadores envolvidos nas ações de vigilância nas medidas de distanciamento social, em contato direto e constante com o público, independentemente da categoria” no grupo prioritário. Contudo, até o presente momento, o Paraná ainda não iniciou a imunização dos nossos profissionais.  Enquanto isso, as mortes aumentam a olhos vistos.

No Distrito Federal, quase 60 vigilantes perderam a vida, enquanto cerca de 2,6 mil foram contaminados. No Paraná, nos três primeiros meses do ano, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foram 18 óbitos de vigilantes em decorrência da Covid-19, um aumento de 350% com relação ao mesmo período de 2020, quando apenas três mortes foram registradas.

Por isso, não se pode esperar mais. É hora de incluir efetivamente os profissionais da segurança privada nos grupos prioritários e iniciar a imunização dos bravos vigilantes que, diariamente, põem em risco a própria vida para garantir a segurança de todos nós.

Alfredo Ibiapina é presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Paraná (Sindesp-PR).

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