• Carregando...

O ano de 2012 traz novas promessas de realizações, mas seu alcance exigirá muito esforço. Um deles é o empre­­endedor livrar-se, pelo menos em parte, das amarras que dificultam seu crescimento

No início de mais uma etapa da caminhada, tomamos a liberdade de lembrar os postulados básicos do manifesto "O Brasil que Queremos", lançado pela Associação Comercial do Paraná (disponível em www.acp.com.br), como plataforma de enfrentamento aos desafios reservados para 2012. Contudo, uma decisão sensata é não diminuir o otimismo ou a determinação de investir no enorme potencial do país, sem perder de vista que a somatória dos esforços do setor produtivo é a principal alavanca para o crescimento com distribuição de renda e justiça social.

Com esse foco, é também imprescindível acreditar na força construtiva do trabalho e seus resultados, assim como é vital a ampliação dos movimentos reivindicatórios pela implantação das mudanças institucionais que agilizem, por exemplo, o combate à corrupção e desvios éticos, como aqueles já percebidos no comportamento de vários ex-ministros de Estado.

Nesse sentido, é dever da cidadania permanecer em constante estado de alerta, advertindo em alto e bom som contra ameaças abertas ou dissimuladas que pendem sobre o regime democrático. A sociedade deve expressar, com rigor, sua preocupação com a probabilidade da perda de poder pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a quem compete exercer o controle externo do Poder Judiciário.

A mesma postura é exigida diante do recrudescimento dos casos de malversação de recursos públicos perpetrados por dirigentes de grande número de casas legislativas de todo o país, tendo em vista a impunidade gerada pelo espírito de corpo.

É sabido que um dos subprodutos inevitáveis dessa insidiosa desordem tem sido o acirramento da desconfiança na eficácia das instituições republicanas, abrindo caminho para as intervenções oportunistas e ao discurso demagógico dos salvadores da pátria, ou seja, uma das mais sérias ameaças à preservação do regime democrático.

Nos últimos tempos, têm-se observado evidente escalada da visão ideológica que, em alguns aspectos, sobrepuja até mesmo os altos interesses nacionais, além de fazer da ética e da transparência valores aviltados pela corrupção, peculato, desperdícios e até formação de quadrilhas nos meios da administração pública.

A parcela de empreendedores cuja natureza anseia pelo progresso deve continuar bradando contra as elevadas taxas de juros impostas pelo sistema que os torna dependentes e indefesos. Por outro lado, deve também apontar a nocividade do custo Brasil, autêntico garrote fiscal que, na contramão de uma política econômica saudável, corrói a produção de riquezas e a geração de empregos e renda.

O ano de 2012 traz novas promessas de realizações, mas seu alcance exigirá muito esforço. Um deles é o empreendedor livrar-se, pelo menos em parte, das amarras que dificultam seu crescimento. E, o mais importante, fazer renascer a esperança em todos os cidadãos de que ainda veremos mais homens de bem alçados a posições em que possam colaborar para a construção de uma sociedade ética, justa e solidária.

Edson José Ramon é presidente da Associação Comercial do Paraná.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]