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Desde a época da tentativa de privatização da Companhia Paranaense de Energia, o Instituto de Engenharia do Paraná (IEP) vem se colocando em defesa da Copel. Agora, quando se anuncia a possível outorga àquela empresa de um papel estranho aos seus estatutos, cabe-nos reforçar nossa postura de anos passados.

A criação da Copel resulta do trabalho de ilustres líderes, engenheiros e trabalhadores do nosso estado, iniciado na década de 1950, tendo como principal mentor o engenheiro Pedro Viriato Parigot de Souza.

O professor Parigot e sua equipe projetaram o futuro do Paraná com base na importância da geração e distribuição de energia elétrica; graças a esse trabalho, as casas, as ruas e os campos estão iluminados oferecendo conforto, segurança, alimento e conhecimento às pessoas; em função da energia produzida, indústrias se multiplicaram, criando emprego e renda.

A partir de um momento da vida brasileira, as necessidades da população foram se ampliando, em descompasso com a energia gerada. A necessidade de recursos financeiros fez com que os governos adotassem medidas para atrair capital privado para a geração de energia. Entre essas medidas estava o processo de privatização; segundo as autoridades governamentais, algumas empresas públicas deficitárias, ou com dificuldades de gestão, precisavam ser repassadas à iniciativa privada.

O processo exigia a aplicação de diversas obras de engenharia financeira, que envolviam interesses econômicos, de natureza pública e privada.

A imprecisão da estratégia então apresentada fez com que o IEP se posicionasse publicamente contrário a privatização proposta da Copel. A empresa, estratégica para o desenvolvimento do Estado e do País, estava submetida a riscos temerários.

Vemos, hoje, a proposta do governo do Estado, aprovada pela Assembléia Legislativa, da participação da Copel nas licitações sobre a administração das rodovias federais pedagiadas.

O IEP manifesta discordância da solução proposta, pela temeridade reincidente de equívocos governamentais e pelos riscos assumidos.

A engenharia envolvida em qualquer obra ou serviço começa pela idéia, passa pela definição do conceito do produto proposto; exige então uma pesquisa de mercado que estabelecerá parâmetros para elaboração do projeto e do estudo de viabilidade. Concluídos esses trabalhos, deverá ser desenvolvido o plano de gestão que demandará expertise, e treinamento dos operadores. São ações que demandam tempo e conhecimento, cujo aprendizado dos gestores públicos tem apresentado custos elevados para a população.

As oscilações da economia e a falta de sustentabilidade da proposta, colocam em risco financeiro a empresa Copel, e as suas atividades estrategicamente focadas na geração e distribuição de energia.

Os engenheiros entendem o poder da energia!

Poder de criar, produzir e colocar pessoas e as coisas em movimento. Poder de gerar emprego e distribuir renda.

Poder de iluminar corações e mentes.

Luiz Cláudio Mehl é presidente do Instituto de Engenharia do Paraná.

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