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Há quem, por motivos diversos, que vão do interesse de que tudo dê certo ao desejo de que saia tudo errado, desconfie da Copa de 2014 no Brasil – exceto os torcedores. É do público, daqueles a quem se dirige a grande festa do futebol, que jorra a torrente de confiança de que o 20.º torneio da Fifa será um sucesso. Torcedores ouvidos por institutos de pesquisa, mesmo reconhecendo problemas inerentes à organização de um megaevento desse porte, o apoiam majoritariamente e vão lotar os estádios.

A procura extraordinária de ingressos atesta o crédito na organização do certame. Já na primeira fase foi batido o recorde de venda antecipada: nada menos que 6,2 milhões de pedidos para 1,1 milhão de entradas disponíveis. É a maior disputa por ingressos desde a primeira Copa, em 1930.

A maioria esmagadora das compras (62%) foi de residentes, como é comum sobretudo nos torneios realizados fora da Europa, o continente que mais tem participantes. Ainda assim, 418 mil ingressos foram vendidos para outros países – número que aponta para a superação do fluxo de estrangeiros nas copas dos Estados Unidos, em 1994 (400 mil); Japão e Coreia, em 2002 (400 mil); e África do Sul, em 2010 (310 mil). A Embratur estima que 600 mil turistas-torcedores virão ao Brasil, projeção que também supera o número de 500 mil que acorreu à França em 1998.

É sabido que o Brasil tem os melhores jogadores e a mais vitoriosa seleção do mundo, mas não tinha a infraestrutura indispensável aos jogos – tanto que tivemos de reformar, reconstruir ou erguer do zero uma dúzia de estádios à altura não apenas da competição, mas também do nível de excelência que atingimos no esporte.

Desde então, reiteramos nossa capacidade de vencer desafios, a despeito da torcida contrária daqueles que, como já observamos mais de uma vez, desdenham a importância da Copa, omitindo sua natureza de investimento social e geopolítico, porque são contra o governo. Como diria Nelson Rodrigues, boicotariam até a cura do câncer se fosse descoberta num centro de pesquisa governamental.

Todas as previsões cavilosas para a Copa das Confederações, realizada em junho de 2013, foram desmoralizadas pela presença maciça e entusiástica do público, funcionamento impecável dos estádios e, antecipando o que esperamos de uma Copa no Brasil, a vitória da nossa seleção sobre a Espanha campeã do mundo.

Divisamos uma certeza no horizonte de 2014: estaremos prontos.

Aldo Rebelo é ministro do Esporte.

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