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A Federação das Indústrias do Paraná completa, neste 18 de agosto, 70 anos de fundação. Sete décadas de intensa atuação pelo crescimento do setor industrial paranaense e pelo desenvolvimento econômico e social do estado. Mais do que apontar números frios que comprovem a evolução de nosso parque industrial ou do atendimento que o Sistema Fiep oferece às empresas, a data serve para celebrar a vida de homens e mulheres que deram sua contribuição para que esses resultados fossem alcançados. Há poucos dias, estive no casarão onde viveu Heitor Stockler de França, primeiro presidente da Fiep. O imóvel, na região central de Curitiba e hoje transformado em um centro cultural do Sesi, mantém as características da época em que o industrial ajudou a fundar a Federação.

A visita a um lugar tão especial como esse nos faz lembrar que a história da Fiep e da indústria paranaense não é construída por ações, projetos ou documentos, mas por pessoas. Industriais que, além de cuidar de suas famílias e manter vivos seus empreendimentos, gerando empregos e renda, abriram ou abrem mão de seu precioso tempo para se dedicar ao associativismo. A busca pelo bem coletivo e o desenvolvimento da sociedade como um todo é o que move essas pessoas.

Busca que, nem sempre, é feita por caminhos tranquilos. O momento atual da indústria é um exemplo disso. Todos os indicadores apontam para uma forte retração na atividade industrial no país em 2014. O quadro só não é pior porque muitos industriais brasileiros têm investido para melhorar a produtividade, reduzir custos e implantar inovações que agreguem valor a seus produtos.

Mas, por acreditarmos firmemente que a indústria deve ser o motor de qualquer economia evoluída – como mostram os casos dos países mais desenvolvidos do planeta –, a Fiep vem cobrando a realização de uma série de reformas que permitam ao Paraná e ao Brasil ter ambientes realmente favoráveis para a produção e os negócios. Entendemos que a mudança desse quadro depende de alterações de dispositivos legais ou criação de políticas públicas de longo prazo. Ou seja, depende de parlamentares e governantes comprometidos com o futuro do país.

Por isso, dentro das comemorações dos 70 anos, a Fiep realiza, na terça-feira, um encontro com candidatos ao governo do estado. Eles receberão oficialmente um caderno com recomendações para a criação de uma política industrial paranaense. Um documento construído de maneira coletiva por lideranças da indústria de todas as regiões do Paraná e que deixa evidente a preocupação do setor especialmente com questões como a tributação, as relações do trabalho e a qualidade de nossa educação.

Diante desse cenário nebuloso e da postura crítica que a Fiep vem adotando, fui questionado ao longo da última semana, em várias entrevistas que concedi, se a entidade realmente teria o que comemorar em seus 70 anos. Reafirmo: temos, sim, muito a comemorar. Mais ainda, do que nos orgulhar, principalmente ao ver a dimensão que tomou a atuação da Federação e das demais casas que compõem o Sistema Fiep – Sesi, Senai e IEL. Também não podemos deixar de agradecer a todos os que mantiveram uma forte interação com nossa entidade, incluindo presidentes de sindicatos industriais, diretores, empresários, trabalhadores das indústrias, governos e outros parceiros.

Que a ousadia e a coragem daquele grupo de industriais que fundou a Fiep, em 1944, siga nos inspirando para que possamos cumprir plenamente a missão para a qual ela foi criada: a defesa da indústria, em busca do desenvolvimento do Paraná e do Brasil. "Até aqui o Senhor nos ajudou" (1 Samuel 7:12). E que assim continue.

Edson Campagnolo é presidente do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná.

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