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| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

No dia 31 de agosto, a saída da ex-presidente Dilma Rousseff foi confirmada e, a partir de então, iniciou-se uma nova fase para o ambiente político-econômico do Brasil. Pesquisas de expectativas já indicam que o otimismo voltou. Porém, para as expectativas de melhoras se tornarem um fato, o país precisa implantar uma agenda de reformas que o torne mais eficiente, já que sua infraestrutura encostou no gargalo, em 2013, e os gastos públicos estão em níveis muito acima do que poderia ser considerado sustentável. E há uma ordem de prioridade para as reformas que devem entrar na agenda:

Antes de mais nada, a reforma fiscal, com a implantação do teto dos gastos públicos, é essencial. A redução de burocracia tributária, com menor número de tributos, também ajudaria muito – mas é ilusão pensar em redução da carga tributária. Depois, vem a reforma previdenciária. Não dá para a idade média de aposentaria continuar em 54 anos, pois a expectativa de vida do brasileiro tem subido muito e alcançou os 75 anos. Além disso, a taxa de fecundidade da mulher recuou de forma considerável nas últimas décadas, reduzindo de 6 para 1,7 da década de 1960 ao ano de 2015.

O brasileiro tem capacidade intelectual e altruísmo suficiente para apoiar medidas necessárias, mas impopulares?

Depois, vem a reforma trabalhista. Ter funcionários precisa deixar de ser infernal para os empresários brasileiros e, com isso, quem mais ganhará será o trabalhador. E, por fim, vem a reforma política, com menor número de legisladores, o que leva a menor custo e melhores eleitos.

Basta o presidente ter coragem, agir politicamente e o povo apoiar. Mas vamos cair na real: o presidente terá coragem, até porque não há outra saída. Ele também parece ter ampla habilidade política, mas isso custará um preço. Entretanto, imaginar que o povo vai apoiar as reformas... essa será a parte mais difícil. Será que o brasileiro tem capacidade intelectual e altruísmo suficiente para apoiar medidas como as apresentadas acima?

Temos de aceitar que será impossível aprovar todas as reformas da forma de que o país precisa para se desenvolver. Entretanto, se o atual governo conseguir implantar o teto dos gastos públicos, a idade mínima de aposentadoria e alguma coisa na área trabalhista e política, já será um bom impulso para que a economia volte a crescer de forma pujante. Não fazer nada não é uma opção válida; logo, o mercado financeiro estará de olho nesse processo para que os ativos continuem ou não se apreciando.

O trabalho deste governo já começou e, no último dia 13 de setembro, anunciou-se um plano de venda ou concessão de 34 projetos de infraestrutura. Além de eles ajudarem o Brasil a se preparar para não encostar no gargalo em sua próxima fase de crescimento, auxiliarão a melhorar as contas fiscais. Estima-se uma captação de R$ 24 bilhões apenas em 2017. Tudo indica que haverá uma vida muito melhor após o impeachment.

Raphael Cordeiro é coordenador do curso de Finanças Pessoais da Universidade Positivo e sócio da Inva Capital.
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