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Fatos versus percepções
| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo

A ferramenta de trabalho dos jornalistas é a curiosidade. A dúvida. A interrogação. Há um ceticismo ético, base da boa reportagem investigativa. É a saudável desconfiança que se alimenta de uma paixão: o desejo dominante de descobrir e contar a verdade.

Outra coisa, bem diferente, é o jornalismo de suspeita. O profissional suspicaz não tem “olhos de ver”. Produz muita espuma e pouca informação. Não admite que possam existir decência, retidão, bondade. Tudo passa por um crivo negativo que se traduz numa incapacidade crescente de elogiar o que deu certo. O jornalista não deve ser ingênuo. Mas não precisa ser cínico. Basta ser honrado, trabalhador, independente.

A vida é feita de luzes e sombras. Privilegiar as luzes é fazer jornalismo cor-de-rosa. Não serve para nada. Mas só destacar as sombras é sonegar parte substancial da verdade factual.

Será que o Brasil está no bico do corvo? Será que a economia está a um passo do abismo? Será que o momento atual é pior do que os anos marcados pela maior pilhagem do patrimônio público da nossa história? Nada como olhar para os fatos e não para as recorrentes profecias dos economistas de plantão. Fui atrás do noticiário. Simples assim. Confesso que foi um árduo trabalho de garimpagem. Informações difíceis de encontrar, publicadas quase que com um pedido constrangido de desculpa, mostram uma realidade bem menos sombria. Vamos lá, amigo leitor.

A espuma da desinformação não vencerá a força dos fatos e o vigor da informação de qualidade

Mercado Livre vai investir R$ 3 bi no Brasil em 2019 e abre centro em Cajamar, São Paulo. Investimento 50% maior do que o do ano passado será usado para logística e serviços financeiros; operação em Cajamar melhorará entregas.

Brasil vence a China e recebe nova fábrica de motor. A Fiat-Chrysler vai instalar uma nova planta em seu complexo industrial de Betim, em Minas Gerais, para começar a produzir motores turbo para o mercado nacional e para exportação. A nova linha de produção estava sendo disputada pela fábrica do Brasil e da China. O presidente Jair Bolsonaro informou em sua conta no Twitter que o grupo anunciou investimentos de R$ 16 bilhões no Brasil até 2024. Segundo ele, trata-se do “maior ciclo de investimento da história da empresa em nosso país”. O presidente disse ainda que os investimentos devem gerar 16 mil novos empregos diretos e indiretos.

Scania anuncia investimento de R$ 1,4 bilhão em fábrica de caminhões em São Paulo. Montante será aplicado entre 2021 e 2024 em São Bernardo do Campo.

O grupo Carrefour Brasil prevê investimentos de R$ 2 bilhões no País e aposta em abertura de novas lojas. Segundo Noël Prioux, presidente do grupo, pelo menos 20 lojas do atacadão serão abertas este ano.

Leia também: A inflação desacelera (editorial de 27 de junho de 2019)

Leia também: Como os governos devem apoiar as famílias (artigo de Rodolfo Canônico, publicado em 24 de junho de 2019)

O grupo Boa vista Energia investe R$ 1,64 bilhão em leilão para fornecimento energético de Roraima. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, com o leilão Roraima terá 42% de energia renovável e 43% de geração de gás com projetos híbridos inéditos de biocombustível e solar. Outro destaque é que a menor participação do diesel no leilão com contratação de apenas 15% da fonte, o que torna a matriz do estado mais limpa e reduz o custo da energia que é paga por todos os brasileiros.

Honda investe R$ 500 milhões na fábrica de motos de Manaus. Aportes serão aplicados até 2021 para modernizar e elevar a produtividade da planta.

Momento de investir no Brasil é agora, afirma diretor-geral da Ambev. Independentemente do compasso de espera, “ciclo de crescimento recomeçou”, diz Bernardo Paiva.

Grupo dono da Air Europa vai abrir empresa aérea no Brasil. Anúncio foi feito pelo ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas no Twitter. Será a primeira após a publicação da medida provisória que abre o setor aéreo ao capital estrangeiro.

Empresas do Japão querem investir no Brasil, diz embaixador. Na semana em que o presidente Jair Bolsonaro isentou os japoneses da exigência do visto de turismo e de negócios, o embaixador do Japão no Brasil, Akira Yamada, disse que aumentou o número de executivos japoneses interessados em vir para o Brasil conhecer os projetos e investir no País.

A espuma da desinformação não vencerá a força dos fatos e o vigor da informação de qualidade.

Carlos Alberto Di Franco é jornalista.

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