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 | Felipe Lima
| Foto: Felipe Lima

O Brasil vive um momento de transformações. Diante da necessidade de superar a crise e garantir desenvolvimento no longo prazo, o país discute uma série de reformas. São mudanças estruturantes para equilibrar as contas públicas, modernizar marcos legais e criar um ambiente favorável à geração de empregos, renda e riquezas para toda a sociedade. Os debates dividem opiniões e viram campo fértil para a desinformação.

Em meio às discussões de uma dessas reformas, a trabalhista, surgiu a proposta do fim do imposto sindical. A contribuição a sindicatos laborais e empresariais, hoje paga uma vez ao ano, passa a ser facultativa. A medida, já aprovada pela Câmara, mas ainda dependendo de votação no Senado, pode até ter aspectos positivos porque, em teoria, fará com que se mantenham em atividade apenas sindicatos, federações e confederações que efetivamente defendem e apoiam seus associados.

Porém, a proposta abriu caminho para que os arautos da desinformação queiram confundir a opinião pública, sugerindo também o fim das contribuições ao Sistema S. Essas instituições são mantidas com contribuições pagas pelos empresários, sem desconto para os trabalhadores. Diferente de sindicatos e federações, que atuam na defesa de interesses, o Sistema S utiliza seus recursos para oferecer serviços às empresas de diferentes segmentos econômicos, seus trabalhadores e à comunidade. Entre essas instituições estão Sesi e Senai, ligados à indústria, Sesc e Senac (comércio), Senar (agricultura), Senat (transportes), Sescoop (cooperativismo) e Sebrae (apoio às micro e pequenas empresas).

Essas entidades têm um poder transformador

O Sistema S deve ser privado

O Sistema S deve ser financiado por suas atividades e, não custa sonhar, por contribuições voluntárias das empresas

Leia artigo de Roberto Ellery Jr., diretor da Faculdade de Economia da UnB.

No Paraná, citando apenas Sesi e Senai, temos uma ampla estrutura que atende a maioria dos municípios. Temos, ainda, uma rede de Institutos de Tecnologia e Inovação que desenvolve consultorias e projetos de pesquisa em parceria com as indústrias, contribuindo para que se tornem mais competitivas. Mas, muito além de aprimorar as empresas, essa estrutura é voltada para beneficiar os trabalhadores.

No ano passado, mais de 220 mil industriários foram atendidos por programas de Segurança e Saúde no Trabalho do Sesi, com a realização de 700 mil exames de auxílio diagnóstico. Na educação, um de nossos pilares, Sesi e Senai registraram mais de 540 mil matrículas em 2016. São ações que vão desde a pré-escola até a pós-graduação, passando por capacitação profissional e educação de jovens e adultos, entre outras. Esses são números que mostram o alcance de apenas duas áreas entre as tantas em que atuamos.

Nos mais de 70 anos de Sesi e Senai no Paraná, os números se multiplicam, somando-se aos resultados das demais instituições do Sistema S. Mas a relevância dessas entidades não se mede pela frieza das estatísticas. Elas têm um poder transformador. São inúmeros os casos de pessoas que tiveram acesso ao mercado de trabalho ou cresceram em suas carreiras após a formação do Sistema S, garantindo sustento digno para suas famílias. Vários são os exemplos também de profissionais formados por essas instituições que se tornaram empreendedores, contribuindo para a geração de empregos e riquezas.

É preciso ressaltar, ainda, que o Sistema S tem a aplicação de seus recursos fiscalizada por órgãos federais como TCU e CGU. No caso de Sesi e Senai no Paraná, fazemos questão de que suas demonstrações financeiras sejam analisadas também por auditores independentes. E todas as informações estão disponíveis nos sites das instituições.

Querer acabar com o Sistema S – uma estrutura que funciona, muitas vezes até suprindo as deficiências dos serviços públicos, e que presta contas de suas atividades – chega a ser, portanto, uma irresponsabilidade.

Edson Campagnolo é presidente do Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).
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