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Não há como chamar de Justiça o julgamento que teve início nesta semana no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília (DF), contra o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL). O que estamos presenciando é a maior perseguição política da história do Brasil.
O cenário, marcado pela quase certa condenação do liberal e de outros sete réus, escancara questionamentos morais sobre os limites da Alta Corte e os excessos na interpretação da lei. O que se desenha no horizonte é vingança implacável do próprio sistema contra quem ousou enfrentá-lo, com coragem e franqueza.
O processo é manchado por cerceamento de defesa. Juízes com vínculos políticos claros – alguns próximos ao atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – assumiram a posição de árbitros numa batalha que deveria, por princípios constitucionais, ser técnica e imparcial. As contradições na condução do caso comprometem profundamente o conceito de Justiça em nosso país. Quem julga também é vítima, relata, se defende, ataca. Joga em todas as posições e quer, ainda, bater o pênalti.
A tentativa de calar Bolsonaro com um julgamento questionável é, na verdade, um recado para todos àqueles que contestam, perplexos, os rumos que o país tomou
Enquanto o Brasil mergulha em três anos de escândalos de corrupção, de alta de preços, de desemprego, de lambanças diversas – como a famigerada tentativa de taxação do Pix – e protagoniza até rombo no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), o foco da elite no poder é apenas um: culpar Bolsonaro.
Não existe plano para o futuro, nem projeto nacional para os verdadeiros e urgentes problemas enfrentados no dia a dia pela população. O que há, e não de agora, é apenas perseguição – diga-se de passagem, ferrenha, movida por um misto de ódio e de ressentimento.
A tentativa de calar Bolsonaro com um julgamento questionável é, na verdade, um recado para todos àqueles que contestam, perplexos, os rumos que o país tomou. Afinal, transformaram divergência em crime, liberdade de expressão, em ameaça, e a oposição em algo a ser eliminado – o quanto antes, de preferência. Mas não há narrativa capaz de esconder a verdade que milhões de brasileiros já enxergaram: a democracia, conquistada a duras penas, está em risco.
A cada dia, nossa liberdade morre um pouco mais, sufocada pelo autoritarismo disfarçado de legalidade. O povo, porém, não assiste a isso passivamente. Existe esperança e luta contra tudo e contra togas que pensem o contrário. E ninguém personifica melhor essa luta do que Bolsonaro, o maior e mais importante líder da direita da história recente do Brasil, em julgamento no STF.
Nossa nação, desperta e atenta, não ficará em silêncio diante disso. Em 7 de setembro, Dia da Independência, manifestações democráticas vão se multiplicar pelo país. Não será apenas um ato político, mas, sobretudo, um grito por Justiça e pela defesa da liberdade. Estaremos nas ruas pelo direito de o Brasil existir como nação soberana; pelo direito de os cidadãos se expressarem sem medo; e pelo direito de não testemunharmos um líder popular condenado sem crime e num tribunal de cartas marcadas.
Rosana Valle é deputada federal pelo PL-SP, em segundo mandato; presidente da Executiva Estadual do PL Mulher de São Paulo; jornalista e autora dos livros “Rota do Sol 1 e 2”.
Conteúdo editado por: Jocelaine Santos



