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Dentro do mês vocacional, hoje é celebrada a vocação leiga. Refletimos o chamado de Deus a todos nós, para colaborarmos com Ele na construção do Reino.

Escritos dos primeiros teólogos da Igreja e outros autores mostram que os primeiros cristãos testemunhavam a sua fé e a caridade com o serviço aos irmãos. O documento conciliar Ad Gentes (no nº 21) trata da promoção do apostolado dos leigos e mostra que a Igreja não está realmente consolidada se não tiver presença atuante e eficaz de Cristo no mundo, através da fé dos cristãos.

Os seguidores de Cristo é que ouvem a Palavra de Deus e fazem a experiência ao serem tocados em seus corações pela força do Espírito Santo e pelos sacramentos, e são impulsionados a propagar esta novidade de vida àqueles que ainda não conhecem o Cristo.

Em várias épocas, temos referência da presença de leigos, mais ou menos expressiva, mas nunca ausência total. Lá no início da Igreja, era o fiel leigo que apresentava e se responsabilizava pelo novo candidato ao batismo e sua inserção na Igreja.

Os leigos, cada vez mais, tomam consciência de que não são simples destinatários da evangelização, mas também seus protagonistas. No decorrer da história, houve longos períodos em que os leigos ficaram à margem na vida da Igreja. Mas, a partir do Concílio Vaticano II, sempre mais vai se tomando consciência de que o apostolado concreto pode ser realizado, seja no âmbito da Igreja quanto no âmbito do mundo, com mandato por parte da hierarquia; assim como, a partir do ser batizado, cada leigo é competente a dar seu testemunho e realizar o apostolado. Os leigos estão presentes nos diversos ambientes da vida social, cultural, econômica, política e civil. Todos são chamados a testemunhar e manifestar as razões de sua presença.

Cada época tem suas necessidades peculiares e o papa Francisco, quando esteve no Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude, na Santa Missa em Copacabana, no dia 28 de julho de 2013, disse a todos, dirigindo-se aos jovens: "Ide e fazei discípulos entre todas as nações" (Mt 28, 19). Com estas palavras, dizia o papa, Jesus se dirige a cada um de vocês: "Ide, sem medo, para servir". O papa Francisco se referia à experiência de encontrar Jesus que os jovens faziam – e, ao encontrá-Lo juntos, sentiam a alegria da fé. E essa experiência não podia ficar fechada na vida. Os jovens foram incentivados a compartilhar a experiência da fé, e dizia o papa Francisco que dar testemunho da fé e anunciar o Evangelho é mandato que o Senhor confia a toda a Igreja, e também a cada um. Vinha, ainda, a indicação de que não há fronteiras e que o envio é para todas as pessoas.

Interessante é a característica do "sem medo" que deve acompanhar a cada um, dizia o Papa. De fato, quando Jesus enviou os seus discípulos em missão, prometeu que sempre nos acompanha (Mt 28,20). A última palavra é "para servir". A ideia é que cada leigo deixe que a vida se identifique com a vida de Jesus, ou seja, que tenha os mesmos sentimentos, pensamentos e ações de Jesus. A vida de Jesus é para os outros, para servir. É assim que a vocação leiga e seu testemunho é uma vida de serviço.

Dom Rafael Biernaski, bispo auxiliar e administrador diocesano da Arquidiocese de Curitiba

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