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Lula mente sobre a inflação e sacrifica o agronegócio no processo
| Foto: Jonathan Campos/Arquivo/Gazeta do Povo

Lula tenta fazer crer que, por causa dele, em seu governo, o brasileiro tinha mais poder de compra. Para ilustrar essa imagem, o petista compartilhou uma foto de um carrinho de supermercado. De um lado, o que o brasileiro conseguiria comprar no seu tempo; do outro lado, o que compra agora. O dinheiro mais curto é reflexo da inflação. E o petista omite o contexto de propósito, até porque jamais agradeceu ao Plano Real pela estabilidade da moeda que viveu em seu governo. Para desenhar melhor o cenário, usemos o exemplo dos alimentos.

Com a Covid-19 e o fechamento irresponsável das economias, expansão monetária e gastos desenfreados, somada à guerra na Ucrânia e a questões climáticas que tornam as safras mais imprevisíveis, o preço dos alimentos, de produtos e serviços explodiu no mundo todo. O Brasil teve um gasto fiscal extra de R$ 645 bilhões no combate à pandemia. O Banco Central injetou em liquidez mais de R$ 1 trilhão. Tudo isso cobra um preço e a conta está vindo agora. E não é só aqui – o mundo inteiro adotou o mesmo receituário e enxerga a inflação irromper. Até mesmo o dólar atinge a marca inflacionária recorde de quase dois dígitos (8,5%).

Com o preço das commodities em alta, o Brasil até pode experienciar um aumento de arrecadação tributária e da atividade econômica, já que o agro e setores de commodities minerais e combustíveis representam cerca de 40% do PIB. O problema é que os 60% restantes vão muito mal. Alheio a isso tudo, o cidadão vê no seu dia a dia aumento de preços, desemprego e perda de poder de compra, o que contribui para um clima de angústia, insegurança e descrença, sentimentos dos quais o PT tenta tirar proveito para voltar.

Não dá para ficar inerte. O Brasil deve fazer a sua parte para melhorar a dinâmica de sua economia, que nos últimos anos é segurada pelo agronegócio. Passa por um conjunto com abertura de mercado para estimular a concorrência e a competitividade. Também a reforma tributária é vital para reduzir e simplificar impostos sobre o consumo. Um único imposto de valor agregado poria fim ao manicômio tributário com que somos obrigados a conviver atualmente. Outra reforma que está caindo de maduro é uma que torne o Estado brasileiro mais enxuto, moderno e eficiente, e sobretudo corte privilégios.

No agronegócio, temos os desafios de continuar a aumentar a produtividade, desenvolver cadeias produtivas sólidas e garantir o abastecimento adequado para que os alimentos de qualidade cheguem às comunidades, por preços acessíveis. Com maior participação da inovação e da tecnologia, é preciso trabalhar na convergência entre biotecnologia, genética, eletrônica, tecnologia da informação e química para facilitar a vida do homem do campo em sua jornada.

Novas técnicas de manejo e instrumentos aprimorados podem tornar a agricultura mais resistente aos eventos climáticos e adaptável às restrições de água e do solo. A irrigação, feita de forma racional e sustentável, é uma das principais formas de atender à demanda crescente. Ampliar a produção em áreas menores, com mais segurança alimentar, lado a lado com a tecnologia, é um caminho sem volta se quisermos cumprir nossa missão de alimentar o mundo.

Essa discussão qualificada – ler o problema e apresentar soluções realistas e objetivas – o PT não faz. Lula prefere insistir no personalismo para alimentar seu ego e alienar os eleitores. O que ele não diz é que tudo o que o PT propõe coloca de joelhos iniciativas razoáveis para o Brasil, com o agronegócio sacrificado no processo, em nome do líder. Não lembra que boa parte do poder de compra do real foi perdido na época em que eles governavam o país.

Todo este cenário adverso de hoje nem sequer é pior que a crise na qual Dilma enfiou o Brasil em 2015. Nem as catástrofes mundiais conseguem superar a destruição da economia causada pela aplicação das ideias heterodoxas dos petistas há poucos anos, crise da qual nem sequer tivemos chances de nos recuperar. Naquela época, Lula não fazia comparações com a inflação recorde que vivenciávamos no Brasil.

Douglas Sandri, graduado em Engenharia Elétrica, é presidente do Instituto de Formação de Líderes (IFL) de Brasília e assessor parlamentar.

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