• Carregando...

Praças são um importante espaço de convivência comunitária. Democráticas, incentivam a integração, aproximam bairros e – mais importante – aproximam pessoas. Esta é a compreensão do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), da administração municipal e do prefeito Beto Richa.

Nos últimos dois anos, 72 praças e parques públicos de Curitiba foram reformados, receberam melhorias ou foram ampliados. Outras 19 praças serão revitalizadas em 2007. É esse conceito, o da preservação dos espaços de convivência sem deixar de acompanhar o crescimento da cidade, que orienta a reorganização viária de Curitiba, da região do bairro Batel e da revitalização da Praça Miguel Couto, a chamada Pracinha do Batel.

Criou-se em torno desta praça e das obras que serão desenvolvidas no local um debate equivocado, talvez alimentado pelo desconhecimento do projeto. Em primeiro lugar, deve ficar claro: a Pracinha do Batel será ampliada em 295 metros quadrados. A área destinada ao pedestre e à convivência dos moradores do bairro será maior e mais segura, porque o trânsito do entorno será reordenado. A praça ganhará novo paisagismo, novos bancos, nova iluminação, floreiras, canteiros com flores e um novo café, projeto que respeita as características originais do local e mantém todos os elementos históricos, como o busto do Barão do Cerro Azul, o pergolado e a banca de flores e revistas, garantindo a caracterização do patrimônio cultural.

Em segundo lugar: a revitalização da Pracinha do Batel faz parte de um projeto maior, amplamente discutido com moradores da região. Representantes da comunidade participaram de reuniões feitas ao longo de seis meses no Ippuc e na Administração Regional Matriz. Democraticamente, a população do bairro vem tendo oportunidade de se manifestar, atendendo ao princípio básico da gestão do prefeito Beto Richa, o de participação da comunidade na definição de projetos.

O projeto em questão inclui o binário formado pelas ruas Euclides da Cunha–General Aristides Athayde Jr. e Desembargador Costa Carvalho–Carneiro Lobo, ligando os bairros Bigorrilho e Água Verde. Ao contrário do que muito se disse e publicou, o binário amplia e revitaliza a Pracinha do Batel, mantendo suas características e seu patrimônio cultural.

Até 1973, aliás, uma rua já separava a praça dos antigos casarios e, depois, do edifício Napoleão Sbravati. No ano 2000 foi criado um canteiro para permitir a conversão do trânsito à esquerda, cortando a praça por meio de um "cotovelo", cuja única função acabou sendo a de dificultar o trânsito na região. Nas horas de pico, o congestionamento – muita vezes com formação de fila dupla – aumenta a poluição sonora e do ar, o consumo de combustíveis e o tempo gasto nos deslocamentos.

O novo projeto, discutido e debatido com a população, faz uma correção geométrica na Pracinha do Batel, permitindo o acesso direto da Rua Carneiro Lobo à Desembargador Costa Carvalho. É uma obra de boa engenharia que faz a opção de deslocamento por meio de uma hipotenusa e não de dois catetos. Assegura a passagem dos automóveis preservando a segurança da população, pois reduz a velocidade dos carros com a elevação da rua em 10 cm, facilitando a transposição dos pedestres. Faz, também, uma revisão na travessia de pedestres e na sincronização de semáforos, tornando o local mais seguro.

Enfim, o novo projeto aumenta a praça em 295 metros quadrados, dota o local de novos equipamentos para convivência, soluciona os problemas de trânsito e entrega à cidade uma praça maior, mais segura e bonita.

Augusto Canto Neto, engenheiro civil, é presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc).

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]