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Além da criação de uma política mais eficaz de qualificação profissional, é preciso democratizar a distribuição das vagas. Fazer com que a população de baixa renda tenha acesso aos cursos profissionalizantes

Ampliar a oferta de cursos de aperfeiçoamento profissional e implementar políticas públicas de formação e qualificação profissional. Esse é o caminho para diminuir a escassez de mão de obra qualificada no mercado de trabalho. Recursos para isso existem. Falta, porém, uma política mais adequada de investimento por parte das instituições governamentais. Estudos mostram que o brasileiro trabalha quase cinco meses por ano só para pagar impostos. Temos uma das cargas tributárias mais elevadas do mundo. Esse sagrado dinheiro que sai do bolso de todos nós, contribuintes, deve retornar em serviços de qualidade prestados pelo poder público, inclusive na área da qualificação profissional.

É fato que nos últimos oito anos o Brasil vem avançando nessa área, com a criação de diversas universidades tecnológicas e o consequente aumento de vagas no ensino profissionalizante. Só que precisamos de mais para alcançar um patamar que supra a alta demanda do mercado por profissionais qualificados. Além da criação de uma política mais eficaz de qualificação profissional, é preciso democratizar a distribuição das vagas. Fazer com que a população de baixa renda tenha acesso a esses cursos. Infelizmente, a burocracia é outro grave entrave que temos de resolver o mais rápido possível.

Deve-se exigir, ainda, que as entidades patronais, por meio do Sistema "S", cumpram plenamente a determinação de investir parte do dinheiro arrecadado junto às empresas na qualificação profissional dos trabalhadores. A arrecadação anual desse sistema é de cerca de R$ 6 bilhões. Há cerca de um ano, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) patrocinou uma grande campanha contra a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, uma das principais bandeiras de luta da classe trabalhadora. A entidade patronal utilizava seu programa nas rádios brasileiras para atacar a PEC 231/95, que trata do assunto. A Força Sindical denunciou essa prática ao Ministério Público do Trabalho, pois o dinheiro que deveria ser investido em cursos de capacitação e aperfeiçoamento dos trabalhadores, estava sendo utilizado para outro fim.

A Força Sindical do Paraná defende a implantação de uma política permanente e eficaz de qualificação profissional. Dessa forma, as empresas vão sair ganhando, pois vão suprir sua demanda de mão de obra qualificada. Os trabalhadores, por sua vez, vão aumentar o nível de conhecimento, podendo conquistar bons empregos e preencher espaços hoje vagos no mercado de trabalho.

Sérgio Butka é presidente da Força Sindical do Paraná.

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