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| Foto: Fernando Zequinão/Gazeta do Povo

Uma importante iniciativa popular realizará no próximo dia 30 de setembro, às 16 horas, com concentração inicial na Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, 2071, em frente à igreja Imaculada Conceição, dos Capuchinhos, em São Paulo, a Marcha pela Vida, intensificando assim todo um movimento que há anos vem trabalhando para evitar a legalização do aborto no Brasil. Vitórias significativas foram obtidas no campo legislativo, mas, na iminência de o Supremo Tribunal Federal alargar a despenalização do aborto (até a 12.ª semana, com a ADPF 442), faz-se necessário que a população brasileira, cuja maioria é expressamente contra o aborto, vá para as ruas.

Ainda no começo de 2018, antes das audiências públicas promovidas pelo STF para discutir a ADPF 442, grupos pró-vida saíram às ruas para manifestar a primazia do direito à vida desde a concepção. Há muitos voluntários participando, de diversos setores da sociedade, convergindo no propósito de levar o maior número de pessoas para a Marcha pela Vida, a exemplo do que já acontece em outros países, como nos Estados Unidos, que realizam anualmente a maior marcha pró-vida do mundo. A deste ano reuniu mais de meio milhão de pessoas, em Washington, e o presidente norte-americano, Donald Trump, recebeu parte dos manifestantes na Casa Branca e fez um discurso transmitido ao vivo para os participantes da marcha.

A hora exige de nós gestos mais concretos em defesa da vida e da família

A Marcha pela Vida tem diversos objetivos, segundo seus organizadores. Os principais são: pressionar os poderes públicos a respeitar a vida desde a fecundação; promover a divulgação das associações que oferecem orientação e apoio às gestantes em crise; conscientizar a população da importância de se votar em políticos e partidos pró-vida, especialmente para o Legislativo; oferecer argumentos reais aos 14% dos brasileiros que são a favor do aborto ou da sua descriminalização, mostrando que esse “procedimento” é um atentado contra a humanidade; pedir o cancelamento da ADPF 442, que quer legalizar o aborto até a 12.ª semana de gestação; pedir a aprovação do Projeto de Lei 4.754/2016 para coibir o ativismo judicial e impedir que o Poder Judiciário usurpe o Poder Legislativo; e, por fim, não permitir que a marcha seja utilizada como ferramenta eleitoral.

A hora exige de nós gestos mais concretos em defesa da vida e da família, de todos os homens e mulheres e de boa vontade. Nesse sentido, recordamos as palavras do papa São João Paulo II, em sua memorável encíclica Evangelium Vitae: “Urge uma mobilização geral das consciências e um esforço ético comum, para se atuar em uma grande estratégia a favor da vida. Todos juntos devemos construir uma nova cultura da vida: nova, porque em condições de enfrentar e resolver os problemas inéditos de hoje acerca da vida do homem; nova, porque assumida com convicção mais firme e laboriosa por todos os cristãos; nova, porque capaz de suscitar um sério e corajoso confronto cultural com todos”. E fala também na “urgência desta viragem cultural”: “O primeiro e fundamental passo para realizar esta viragem cultural consiste na formação da consciência moral acerca do valor incomensurável e inviolável de cada vida humana. Suma importância tem aqui a descoberta do nexo indivisível entre vida e liberdade. São bens inseparáveis: quando um é violado, o outro acaba por sê-lo também. Não há liberdade verdadeira onde a vida não é acolhida nem amada; nem há vida plena senão na liberdade. Ambas as realidades têm, ainda, um peculiar e natural ponto de referência que as une indissoluvelmente: a vocação ao amor. Este, enquanto sincero dom de si, é o sentido mais verdadeiro da vida e da liberdade da pessoa”.

Leia também: Seis pontos centrais do debate sobre o aborto (artigo de Alexander Moreira-Almeida, publicado em 14 de agosto de 2018)

Leia também: O PSol e o drama do aborto (editorial de 27 de novembro de 2017)

A Marcha pela Vida, em São Paulo, conta com o apoio do cardeal-arcebispo, dom Odilo Scherer, e várias paróquias e dioceses, bem como entidades e associações, que esperam, a partir dessa manifestação, agregar mais pessoas para as inúmeras frentes de atuação, em vários campos da sociedade, no sentido de afirmar a cultura da vida em nosso país.

Hermes Rodrigues Nery é especialista em Bioética e coordenador do Movimento Legislação e Vida.
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