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O Exército israelense iniciou um nova fase da guerra na última sexta-feira (27) para eliminar o grupo terrorista Hamas
O Exército israelense iniciou um nova fase da guerra na última sexta-feira (27) para eliminar o grupo terrorista Hamas| Foto: EFE/EPA/ABIR SULTAN

O mundo acordou perplexo no dia 07 de outubro de 2023, ao se deparar com as notícias vindas do Oriente Médio – o berço das religiões monoteístas. Mais uma vez, presenciou atos extremos de violência, brutalidade e transposição de barreiras de humanidade. A selvageria atroz contra seres humanos indefesos tornou-se novamente uma realidade. Duro de ver. Difícil acreditar.

Não quero aqui fazer análises e elucubrações sobre causas, motivações e justificativas. Estamos todos sendo bombardeados de informações e versões que nos alimentam do ponto de vista de construção de explicações racionais. Aqui quero trazer outra perspectiva. Nada do que vimos desde sábado se justifica. Nada. Nem em nome de alguma causa, por mais nobre e legítima que seja, nem em nome de Deus. Nada justifica o que vem ocorrendo com seres humanos.

Se países como o Brasil são verdadeiramente empáticos com a solução de dois Estados, deveriam ser os primeiros a libertar o povo palestino do domínio de organizações terroristas como o Hamas.

E o que faz e vem fazendo o mundo diante disso? As pessoas mais próximas das vítimas, geográfica e emocionalmente, buscam desesperadamente compreender os fatos, recolher os destroços emocionais e encontrar o equilíbrio possível para conter o gigantesco sofrimento. Muitas vezes buscam, em suas crenças religiosas e espirituais, acomodar as emoções e garimpar forças para continuar (sobre)vivendo. Cicatrizes que ficarão e sempre farão lembrar a dor e o sofrimento vividos. Sentimento de revolta e indignação. Sensação de impotência frente à barbárie.

Me solidarizo com as vítimas e familiares de israelenses, palestinos e pessoas inocentes de outras nacionalidades. Amigos, conhecidos, parentes mais distantes buscam racionalmente compreender os fatos, encontrar culpados e se solidarizam com as vítimas e seus familiares. Vão buscando encontrar conforto individual e coletivo através também de suas crenças religiosas, conhecimento acadêmico e manifestações do coletivo. Difícil, missão quase impossível. Vários são os esforços para tentar racionalizar aquilo que não se justifica. Sentimento de revolta e indignação.

Já as organizações que representam o poder máximo, sejam governos e políticos, vão se posicionando de acordo com seus próprios interesses econômicos, políticos, conjunturais e eleitorais. Um desgosto ver como a racionalidade e o poder influenciam a capacidade de se indignar com o que há de mais abjeto em nossa existência: o sofrimento perpetrado por seres humanos que desprezam o valor da vida e ignoram o caminho do diálogo na diversidade.  Não é fácil lidar com pensamentos divergentes dos nossos, com certezas sempre imutáveis, com perspectivas majoritariamente divergentes.

É chegada a hora da verdade. Não dá mais para ficar em cima do muro assistindo tanta barbaridade.

Entretanto, nada justifica a falta de empatia e indignação com o que vem ocorrendo com seres humanos. Nada justifica o posicionamento permissivo e complacente de alguns países e organizações em não condenar o terrorismo e dar nome certo aos bois. Hamas é uma organização terrorista sim, que prega o ódio e não tem limites para disseminar a sua causa e a destruição de Israel. Hamas não pode ser considerado sequer um movimento legítimo. Hamas (e o terrorismo como um todo) é o que existe de mais abjeto em nossa sociedade contemporânea. É um grande equívoco e perigo, justificar o Hamas como representante da causa palestina. Não o é. Aliás, muito pelo contrário! Lamento muito em ver esta indevida usurpação da luta.

Rogo que tenhamos uma Palestina livre. Livre das amarras e escrutínios de grupos terroristas como o Hamas. Livre para seus cidadãos crescerem e se desenvolverem em segurança. Livre para que possam ter as suas casas e viver em harmonia. Que possam prosperar. Que sua diáspora seja forte e pujante.

Rogo que tenhamos uma Israel segura. Segura, legítima e soberana. Que prospere em seus desafios e como país democrático. Que continue contribuindo com o desenvolvimento de tecnologias e inovações no campo da saúde, da educação, das artes e da cultura. Que sua população possa viver e prosperar. Que sua diáspora seja forte e pujante.

Se países como o Brasil são verdadeiramente empáticos com a solução de dois Estados, deveriam ser os primeiros a libertar o povo palestino do domínio de organizações terroristas como o Hamas. Deveriam encorajar a sociedade civil palestina com conteúdos e instrumentos que os ajudem a segregar o que é de fato ajuda para o seu desenvolvimento e o que é ajuda para a sua destruição. Ao chamar Hamas do que ele é verdadeiramente – grupo terrorista, o Brasil estaria ajudando a causa palestina, ajudando o povo palestino, atuando como um gigante interlocutor promotor dos reais direitos humanos e civilizatórios.

É chegada a hora da verdade. Não dá mais para ficar em cima do muro assistindo tanta barbaridade. É hora de escolher entre a PAZ e o TERROR.

Ruth Goldberg é presidente do Instituto Brasil-Israel.

Conteúdo editado por:Jocelaine Santos
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