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O Dia Nacional de Combate ao Fumo, 29 de agosto, é um convite à reflexão sobre os malefícios do tabaco à saúde da população. Embora o Brasil seja reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a nação com os melhores programas antitabagistas do mundo, 357 brasileiros morrem todos os dias por doenças provocadas pelo fumo, aponta um levantamento recente da Fundação Oswaldo Cruz. Isso quer dizer que cerca de 130 mil vidas são perdidas a cada ano, o equivalente a 13% das mortes no país.

Segundo o Projeto ITC, coordenado pela Universidade Waterloo, do Canadá, e realizado no Brasil pelo Instituto Nacional de Câncer e pela Fundação do Câncer, 80% dos brasileiros fumantes tentaram deixar de fumar; mais de 80% dizem que estão arrependidos de terem começado; e, entre estes, mais da metade relatou ser muito dependente. Esses resultados fornecem evidência de que a maioria dos fumantes no Brasil não quer fumar, mas, depois que são capturados, eles se tornam dependentes.

O governo brasileiro deu um salto importante no último dia 30 de maio, quando a Lei Nacional Antifumo (12.546/11) foi regulamentada. O Brasil está empenhado em reduzir as perdas causadas pelo fumo passivo, que, segundo a OMS, é a terceira maior causa de morte evitável do mundo (nas primeiras posições estão o tabagismo ativo e o consumo excessivo de álcool). Quem ganha é a saúde pública, em especial a população que não fuma, mas convive com a fumaça do cigarro dos outros.

A partir de dezembro, não será mais permitido fumar em recintos coletivos e fechados por parede, divisória, teto, toldo ou telhado. Ninguém mais será incomodado pela fumaça em pontos de ônibus, em coberturas de bancas de jornal ou em halls e corredores de condomínios. A propaganda de cigarros, como cartazes e pôsteres, não poderá mais ser exposta nos estabelecimentos comerciais, influenciando crianças, adolescentes, não fumantes e ex-fumantes.

A Fundação do Câncer participa ativamente da luta para conter a epidemia do tabaco e continuaremos cobrando outras medidas capazes de impor limites às artimanhas usadas pela indústria para captar novos consumidores.

Mas, além da batalha contra a indústria, trabalhamos na esfera da conscientização individual. Apesar de todas as campanhas e informações disponíveis que motivam o fumante a abandonar o cigarro, a decisão de parar é pessoal e requer dedicação e determinação. As tentativas para deixar de fumar fazem parte do processo para se alcançar a cessação definitiva. Por isso, não desista se não conseguir na primeira tentativa. Recorrer à ajuda profissional é um grande passo para o fumante estabelecer um compromisso de respeito com seu corpo e sua vida.

O recado que fica para esta data é que parar de fumar é uma das decisões mais importantes para a vida de quem fuma e de quem convive com o fumante. O resultado é sempre gratificante.

Cristina Perez, psicóloga, é consultora da Fundação do Câncer.

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