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"As limitações humanas estão apenas em nossas mentes." Essa frase, de Winston Churchil, bateu forte no meu coração na primeira vez que a li – e continua reverberando. E eu me considero uma prova viva e inconteste de que tal conceito é verdadeiro e universal.

Isso porque a história da minha vida possui capítulos marcados pela superação dos mais variados obstáculos e limitações. Se venci essas barreiras foi em razão da força dos meus pensamentos, que sempre estavam voltados para um único fim: tornar-me alguém que pudesse "fazer a diferença" no mundo.

Essa força interior me encheu de garra, determinação, ousadia, persistência, paciência e vontade de vencer.

Para ilustrar o que digo, vou contar em breves palavras a minha história de vida.

Nascido num sítio localizado no vilarejo de Santa Maria, nos arredores do município de Benedito Novo (SC), sou o oitavo dos 15 filhos do casal de descendentes italianos Gentilia e Leopoldo Girardi, que sobreviviam basicamente da agricultura de subsistência, plantando e colhendo arroz.

A exemplo dos tantos imigrantes de outras etnias que desembarcaram no Brasil cheios de sonhos, meus pais são exemplo da coragem, do trabalho e da fé que movia essa gente. Até hoje me pergunto: como minha mãe conseguiu gerar 15 filhos sem nunca ter consultado um ginecologista? Como os filhos de Dona Gentilia e do seu Leopoldo nasceram e cresceram fortes e saudáveis sem jamais ter visitado um pediatra?

O sítio ficava incrustado na área rural, sem que possuíssemos nem ao menos rádio. Assim, o contato com outras crianças e adultos se dava apenas no colégio e na Missa dominical. Aqui uma curiosidade, para muitos chocante, mas que me fez aprender a dar valor às pequenas coisas da vida: foi por ocasião da minha Primeira Comunhão que tive a alegria de calçar o primeiro sapato – estava acostumado a usar chinelos de dedo, mesmo nos dias mais frios do inverno. Detalhe: o calçado pertencia a um de meus irmãos, que me emprestou para a solenidade...

Apesar de todas as adversidades impostas pelo destino, meus pais sabiam da importância dos estudos para uma vida melhor. Assim, faziam questão de que todos os filhos freqüentassem a escola da região, dividindo o trabalho duro na roça com as aulas.

Outra passagem inusitada: como já no primário eu começara a me destacar como um dos mais dedicados e disciplinados alunos da classe, certa vez a minha primeira professora, a Irmã Maria – freira que também se dedicava a dar aulas – fez rasgados elogios à minha mãe sobre a "vivacidade e vontade de aprender" do filho Armelino. Com ar de orgulho e satisfação, não conseguindo esconder o sonho típico das mães católicas interioranas daquela época, D. Gentilia sentenciou: "Esse aqui vai ser o Padre da família!"

Não deu noutra. Aos 11 anos, lá estava eu seguindo rumo a um seminário de irmãos Franciscanos... Na carroceria de um caminhão carregado de toras de madeira. Lá, completei meus estudos e descobri que essa não era minha verdadeira vocação, com a ressalva de que tive a feliz oportunidade de obter ricos ensinamentos que remetem à importância da espiritualidade no trabalho e na vida.

Então decidi vir para Curitiba. Aqui, comecei trabalhando como bancário e passei no vestibular para o curso de Administração de Empresas da FAE. Como forma de aumentar meus rendimentos e custear os estudos de uma faculdade particular, a solução criativa, porém estressante, foi datilografar apostilas para cursinhos durante as madrugadas, enquanto nos fins de semana vendia fundos de investimentos no sistema porta a porta.

Enfim, narrei essas passagens da história da minha vida para destacar que o tão almejado sucesso profissional e a realização e felicidade pessoal dependem exclusivamente da gente. Ou seja: da maneira como nos vemos, pensamos e agimos.

É justamente sobre essa força interior que nos faz crescer e nos fortalecer ante os mais variados obstáculos da existência que pretendo me ater a partir dos próximos artigos. Trata-se daquilo que batizei de "Oito Pilares do Sucesso", um conjunto de verbos que me habituei a conjugar desde o momento em que acordo, reabastecendo-me de energia, ânimo, motivação, vibração e inspiração necessários para o novo dia que nasce. É uma espécie de renascer para a vida. Precisamos entender que a alegria de viver não chega por si só em nossos corações e mentes. É preciso buscá-la, cativá-la e conquistá-la diariamente, com perseverança e encantamento. E quem está feliz consigo mesmo, com os outros e com o trabalho, sem dúvida faz a diferença.

Que verbos milagrosos seriam esses? Isso você vai ficar sabendo nos próximos capítulos desta fantástica e divina arte de viver e, sobretudo, renascer diariamente.

Armelino Girardi é consultor na área de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas e conferencista. Ex-presidente da ABRH-PR e atual conselheiro da entidade.

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