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A primeira providência que vou sugerir ao novo presidente da Associação Comercial do Paraná, Antônio Espolador, que toma posse neste dia 11, é uma campanha massiva e intensiva desta entidade (que em toda a sua história centenária sempre defendeu os interesses dos paranaenses) junto a todas as entidades representativas do estado para denunciar ao país e cobrar das autoridades o fim da discriminação contra o Paraná, demonstrada por levantamento da própria Gazeta do Povo. É um absurdo que nosso estado seja um dos que mais contribuem com tributos federais e, ao mesmo tempo, um dos "lanternas" na fila dos investimentos regionalizados previstos no orçamento da União.

Fiquei estarrecido com o fato de que, em média, o paranaense destina R$ 42,60 em impostos para Brasília para receber R$ 1 em empenho de recursos para obras ou aquisição de equipamentos no estado. É um descalabro que deveria envergonhar todas as autoridades: do Executivo às bancadas parlamentares paranaenses (tanto estadual quanto federal), nossos senadores, ministros de nosso estado que servem ao governo federal, enfim, cada cidadão que nasceu ou vive no Paraná. Sei que o atual governador, Beto Richa (PSDB), denunciou várias vezes os empecilhos da administração federal, que está nas mãos do PT, para com o Paraná, que fica em 24º lugar entre as 27 unidades da Federação no ranking dos investimentos da União. E creditou também à "autofagia" dos senadores contrários à sua administração – Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB) – os estorvos criados ao Paraná para o recebimento de investimentos federais. Mas não bastam as denúncias do governador.

O Paraná é historicamente ignorado em Brasília, como se fosse um estado de menor valor, que merecesse consideração mínima. Ainda nos tratam como uma comarca qualquer. Inclusive, ignoram que o Paraná hoje é um dos estados que apresentam o melhor ambiente de negócios do país após ter evoluído, no espaço de um ano, da quinta para a terceira posição no ranking de competitividade nacional, com a análise de inúmeros indicadores sobre educação, saúde, recursos humanos etc., sob a lupa da respeitada consultoria britânica Economist Intelligence Unit. Contudo, isso parece não valer um tostão furado. E todas as nossas demandas são solenemente esquecidas, como se o desenvolvimento socioeconômico dos paranaenses não interessasse à União.

É necessário que a ACP, as outras entidades do chamado grupo G8, sindicatos, parlamentares, os poderes Executivo e Judiciário, todos assumam uma nova postura, de cobrança mesmo, sem suportar promessas, diante desse boicote ao Paraná. E que cobrem, desde já, dos detentores do poder em Brasília o respeito que merecemos.

Até porque, atualmente, os detentores do poder, os petistas, beneficiam apenas seus asseclas e aqueles que se aliam ao seu projeto de poder, desenhado por filósofos da Papuda. E o país vê desenhar-se um perfil catastrófico de sua economia. Estamos assistindo, a um só tempo, superávits negativos, inflação, índices recessivos na produção industrial, desindustrialização e fuga de empresas para países limítrofes, dívidas interna e externa crescentes, economia estatizada, enriquecimento dos banqueiros e sócios do Lula, tudo paralelo à demagogia, populismo, bolsas de miséria, ausência de projetos de desenvolvimento socioeconômico e sustentável, aparelhamento do Estado e dos três poderes, descrença absoluta no Judiciário e desrespeito ao STF, cristalização da corrupção... Pior ainda nos estados que não rezam pela cartilha do PT, como o Paraná, onde se acrescenta a discriminação partidária. Basta!

Cláudio Slaviero, empresário, ex-presidente da Associação Comercial do Paraná e autor do livro A vergonha nossa de cada dia

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