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O Brasil não pode mais pedir desculpas por combater o crime

Guerra Rio
Policiais conduzem suspeitos presos durante megaoperação contra o Comando Vermelho em 28 de outubro. (Foto: Antonio Lacerda/EFE)

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A operação policial no Rio de Janeiro, que resultou em dezenas de mortes e prisões, escancarou o que o país vem fingindo não ver: o crime organizado tomou proporções nacionais e o Estado brasileiro perdeu o controle sobre territórios inteiros. É preciso coragem para dizer o óbvio – a ação da polícia foi necessária, legítima e, diante do tamanho da ameaça, um ato de defesa da própria soberania. Quem vive nas grandes cidades sabe que não se trata mais de segurança pública, mas de sobrevivência coletiva.

Durante anos, a política e o Judiciário trataram a segurança como um debate ideológico. Enquanto isso, criminosos se armavam com fuzis, ampliavam o tráfico e se infiltravam nos 24 estados. O que começou nos morros cariocas virou um sistema empresarial do crime – com logística, hierarquia, poder financeiro e conexões que atravessam fronteiras. A leniência institucional e as decisões que engessam as forças policiais apenas fortaleceram esse “Estado paralelo” que desafia o Brasil real.

O que acontece hoje no país é um conflito armado não internacional – uma guerra civil. Precisamos entender que não se trata mais de uma operação policial em busca de bandidos. O policial que entra em confronto nessa guerra civil o faz para defender a lei, a ordem e a própria vida. Criminalizar o enfrentamento é o mesmo que abandonar os cidadãos de bem à própria sorte. O problema não é o número de mortos, mas a impunidade que fortalece as principais facções criminosas do Brasil.

A decisão do STF que restringe operações em comunidades, sob o pretexto de proteger vidas, produziu o efeito contrário – deu mais liberdade a quem aterroriza moradores e transformou o medo em lei. O resultado é o avanço das facções e o recuo do Estado. Não há direitos humanos onde o crime dita as regras, onde escolas fecham por causa de tiroteios e famílias vivem sob toque de recolher imposto por traficantes. Proteger o cidadão exige mais do que discursos – exige ação, presença e autoridade.

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As ações das facções criminosas no Brasil seguem a mesma lógica de grupos terroristas como o Hamas: usam inocentes como escudos, se escondem em comunidades para violar a lei e tentam controlar a narrativa ao se apresentarem como vítimas da reação do Estado. A diferença é que aqui ainda se hesita em chamá-los pelo nome certo. O presidente Lula não reconhece o Comando Vermelho, o PCC e outras facções como entidades terroristas. Falta vontade política, coragem e liderança nacional para enfrentar as principais organizações criminosas do país com a mesma firmeza que o mundo exige no combate ao terrorismo.

A operação foi um sucesso porque atingiu o coração de uma estrutura que ameaça a soberania nacional. E só não foi melhor porque ainda perdemos vidas de policiais – heróis que arriscam tudo para garantir que o crime não vença. O Brasil precisa decidir de que lado está. Porque quem enfraquece a polícia, fortalece o crime. E quem fecha os olhos para o Rio, amanhã vai chorar por São Paulo, Porto Alegre e por todo o país.

Ramiro Rosário é vereador de Porto Alegre pelo Partido NOVO.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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