• Carregando...
 | Rodolfo Buhrer/Gazeta do Povo
| Foto: Rodolfo Buhrer/Gazeta do Povo

O grave problema de roubo de cargas e falta de segurança nas estradas se torna mais latente a cada ano que passa. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, neste ano houve um aumento de 160% nos casos de roubo de carga em Piracicaba (SP), muito por causa dos expressivos números registrados em Limeira, que teve 12 ocorrências em 2018 contra duas no ano passado.

No Rio de Janeiro, entre 2003 e 2017, a média de roubos de carga nos meses de fevereiro e junho foi de 33,5 registros, segundo dados do Instituto de Segurança Pública. No ano de 2018, no mesmo período, foram registrados 200 roubos de carga na área, o que significa aumento de 497%, o maior valor já registrado pela região na série histórica. De acordo com um levantamento feito pelo JCC Cargo Watchlist, as rodovias Régis Bittencourt (Curitiba – São Paulo), Presidente Dutra (São Paulo – Rio), SP-330 (Uberaba – Porto de Santos) e BR-050 (Brasília – Santos) são consideradas áreas com risco muito alto para a ocorrência de roubo de cargas.

A falta de preocupação de governantes com esse problema contribui com a alta nas estatísticas desse tipo de crime

Enfim, os números deixam claro como esse é um dos crimes mais executados no Brasil. Que motivos fazem do roubo de cargas um crime que cresce tanto e que torna nossas estradas tão perigosas para o transporte de cargas? A fragilidade do sistema de segurança pública, já evidenciada há muito tempo, é um dos pontos importantes a serem debatidos.

Não existe um planejamento logístico eficiente em nosso país e que traga resultados efetivos. Tampouco há uma força-tarefa para que o problema seja resolvido ou ao menos minimizado. A falta de preocupação de governantes com esse problema contribui com a alta nas estatísticas desse tipo de crime. É preciso discutir com mais profundidade os temas relacionados à segurança no transporte.

É importante lembrar que o roubo de cargas afeta todos os brasileiros, já que reflete na produção, no abastecimento e no desenvolvimento de todos os setores da economia. Os prejuízos são incalculáveis.

Leia também: Roubo de cargas no Rio: a volta do faroeste? (artigo de Newton de Oliveira, publicado em 17 de abril de 2018)

Leia também: “Oito pilha é um real”: a força do roubo de carga no comércio ilegal (artigo de Carlos Guimar, publicado em 28 de agosto de 2018)

Por enquanto, cabe a nós, empresas do setor logístico, investir cada vez mais em segurança. Carretas blindadas, tecnologia, rastreamento de veículos via GPS, monitoramento em tempo real durante todo o trajeto, vigilantes armados dentro dos veículos são alguns dos meios usados inibir o crime de roube de cargas. Os resultados vêm sendo positivos, sem sinistros desde o início do serviço. O conhecimento em transporte de valores está sendo aplicado no transporte de cargas especiais.

É a solução mais rápida para tentar diminuir os altos números citados no começo deste artigo. Ou alguém que tem o poder toma uma atitude e começa a olhar com mais preocupação para esse tema, ou continuaremos na lista dos países com as estradas mais perigosas.

Marcos Guilherme Cunha é diretor-geral da Transvip Brasil.
0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]