• Carregando...
Brasil ocupa 57ª posição no Índice Global de Inovação
Brasil ocupa 57ª posição no Índice Global de Inovação| Foto: Big Stock, Looker Studio/Reprodução

O Livro Guinness dos Recordes lista muitos dos maiores recordes estabelecidos: a maior quantidade de números que uma pessoa pode guardar na cabeça; o quão alto pode ser um ser humano; qual o maior tempo de vida de uma pessoa. Porém, o livro é um registro antigo: ele indica apenas o que foi feito, não o que pode ser feito. E por isso tem de ser constantemente atualizado. Os recordes estão constantemente sendo quebrados, e por isso o Guinness está eternamente desatualizado.

Aqueles com coragem estão fadados ao sucesso. Dê o primeiro passo, derrame um pouco de suor para dar lugar a novos recursos.

Veja o caso fascinante do corredor de meio-fundo britânico Roger Gilbert Bannister. Nos anos 1950, depois de rigorosos testes e cálculos matemáticos sobre os aspetos físicos da nossa anatomia, os especialistas concluíram que o corpo humano não poderia correr os 1.500 metros abaixo dos quatro minutos. “Uma impossibilidade física”, disseram os cientistas. E eis que surgiu Roger Guilbert Bannister, que em 6 de maio de 1954 pareceu não ter qualquer problema em provar que era possível correr aquela distância em 3:59.4. E, a partir do momento em que Bannister quebrou essa barreira psicológica, de súbito tinham-se aberto as comportas: dezenas de corredores começaram a quebrar a marca dos quatro minutos, todos os anos.

Quão rápido poderá um ser humano correr os 1.500 metros ou nadar os 100 metros, ou completar a maratona, hoje em dia? Sinceramente, não sabemos. É por isso que perdemos o fôlego durante cada competição olímpica, para ver se será estabelecido um novo recorde do mundo.

A questão é que não conhecemos os limites do potencial humano. Assim, não podemos saber o limite que um ser humano pode correr; não conhecemos os limites do enorme potencial do nosso cérebro para crescer e se adaptar às circunstâncias em mudança. Tudo o que sabemos é que este tipo de mudança é possível.

Todo mundo pode inovar! Antes de mais nada, para inovar é preciso combinar habilidades e vontade. As habilidades necessárias são muito avançadas. Para começar, você precisa identificar um problema, compreendê-lo e, em seguida, ter acesso às pessoas e informações que podem ajudá-lo a resolver o problema. Qualquer pessoa pode identificar problemas, mas nem todo mundo tem a paciência e a vontade de procurar mais fundo e continuar.

Se você é criativo, isso não significa nada: milhares de pessoas altamente criativas são totalmente indisciplinadas. As pessoas que estão mergulhadas em suas ideias precisam de uma mão amiga para fazer as coisas acontecerem. E aí que as coisas ocorrem e, com a vontade, surge a ousadia.

Empresas, em sua maior parte, tratam de novas capacidades como nada mais do que “módulos para a estrutura atual”. Este é um sinal de alerta, pois para se criar uma nova capacidade, como a inovação, é preciso parar de fazer outras coisas. Qualquer pessoa pode inovar se estiver disposta a mudar seus caminhos, mas nem todos podem mudar porque muitas vezes isso não é uma prioridade.

Aqueles com coragem estão fadados ao sucesso. Dê o primeiro passo, derrame um pouco de suor para dar lugar a novos recursos. É assim que se começa a transformação com vistas à inovação.

Marcos de Lacerda Pessoa, engenheiro civil, mestre em Engenharia, Ph.D. pela Universidade de Birmingham (Inglaterra), pós-doutor e fellow no MIT, é diretor do Centro de Letras do Paraná, apresenta o programa “Marcos de Inovação” nas TVs da Uninter e é autor de livros sobre inovação.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]