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Nesta terça-feira (30), o defensor público Danilo de Almeida Martins apresentou pedido para ser parte da ação em favor dos nascituros
Nesta terça-feira (30), o defensor público Danilo de Almeida Martins apresentou pedido para ser parte da ação em favor dos nascituros| Foto: Pixabay

O Natal é uma festa que se notabiliza por uma contagiante alegria que nos faz esquecer de nós mesmos para volvermos nosso olhar para o próximo. As pessoas se confraternizam, trocam presentes e gentilezas, distribuem alimentos e cestas aos que mais necessitam, fazem donativos às instituições de caridade e outros atos de benevolência que nada mais são do que reflexos do maior ato de amor que já existiu: a synkatabasis.

Esta palavra grega, aparentemente complicada, carrega um forte significado que só encontra similaridade em nossa língua na expressão “condescendência divina”, que é o movimento de Deus em se abaixar, de estar junto, de se colocar no nível da criatura.

O Natal é isso. Deus desce e está conosco. Um mistério insondável de um imenso amor que faz o Criador buscar sua criatura para que nunca nos sintamos sozinhos. Jesus se fez um de nós, viveu nossas alegrias e tristezas, e essa condescendência redentora encontrou seu ápice na Cruz, a mais terrível das mortes.

Entretanto, o sofrimento de Cristo pelas nossas misérias não teve início somente com o seu nascimento, que celebramos nesta festa. Na liturgia desta noite santa, o Evangelho de Lucas, capítulo 2, versículo 7, nos mostra que o Deus Nascituro, ainda no ventre de sua Mãe, foi rejeitado por aqueles que não abriram suas hospedarias para o nascimento da Vida, com “V” maiúsculo. Ou seja, a synkatabasis fez com que Deus vivenciasse até mesmo aquela que pode ser considerada a maior miséria humana: o desprezo pelos mais inocentes, nossos nascituros.

O Natal é isso. Deus desce e está conosco. Um mistério insondável de um imenso amor que faz o Criador buscar sua criatura para que nunca nos sintamos sozinhos.

O mais triste é que, ainda hoje, vemos essas mesmas hospedarias. Restringindo-me à área jurídica, onde exerço minhas funções, a Defensoria Pública da União tem grupos de trabalho de defensores que promovem o direito ao aborto, mas não tem o mesmo coletivo para cuidar do nascituro. Na mesma direção, órgãos do Ministério Público Federal fecham suas portas à vida e defendem que os fetos sejam mortos em casa e que não devem nem mesmo ser enterrados dignamente, destinando seus corpos ao saco de lixo.

Afortunadamente, a alegria é notar que, mesmo que estas instituições fechem suas portas, há uma instituição que nunca se fecha à vida: a família. Que neste Natal nosso Deus condescendente fortaleça ainda mais nossas famílias, unindo-as àquela de Nazaré, cujo Nascituro venceu nossas misérias em uma pobre manjedoura e veio até nós para trazer Vida, e Vida em abundância.

Danilo de Almeida Martins é defensor público federal em Brasília.

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