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Estamos chegando a mais um momento crucial da história brasileira ao escolher os nossos representantes para os próximos quatro anos. Dependendo das escolhas, podemos traçar um futuro melhor ou pior para nossa nação e precisamos ter consciência de que os atos dos nossos políticos também são responsabilidade nossa, pois nós os colocamos no poder.

Os nossos representantes são fundamentais no processo de crescimento e desenvolvimento econômico, pois eles fornecem as diretrizes e as condições nas quais as pessoas e empresas interagem, o que interfere nos incentivos para as atividades produtivas ou não produtivas. Por exemplo, quando se preza por políticas que garantam mais segurança e que afetam positivamente a probabilidade de ser preso após cometer um crime, as pessoas tendem a se engajar em atividades produtivas em vez de tentar obter parte dos bens que foram produzidos por outrem. Outro exemplo são as políticas que focam em educação de qualidade para uma ampla parcela da população, que, dessa forma, elevam a produtividade dos trabalhadores, além de seus salários, gerando incentivos para que as pessoas se engajem em atividades produtivas (trabalho). Podemos também pensar em políticas voltadas para a melhora da infraestrutura, que eleva a competitividade das empresas brasileiras e, portanto, os incentivos para a realização de investimentos produtivos pelo setor privado.

O que me deixa preocupado é que, mesmo ao olhar as propostas dos presidenciáveis, não estão muito claras quais são as políticas econômicas e sociais que serão realizadas em caso de eleição do candidato. O que dizer, então, das propostas de senadores, deputados federais e estaduais? Nas propagandas eleitorais, as propostas são muito vagas, como "lutar pelos valores da família" ou "lutar por uma melhora na educação". O que seriam esses valores familiares ou quais as medidas para melhorar a educação? Precisamos cobrar propostas concretas dos nossos representantes e votar com base naquelas que representam nossos interesses e também da nação, além de verificar a qualificação e capacidade do candidato em executá-las. Em outras palavras, votar em candidatos que ao menos apresentaram propostas claras, e que mostram como farão para realizá-las.

Não podemos acusar nossos representantes de serem corruptos, de não estarem preparados ou de não realizarem medidas que representem nossos interesses ou que melhorem o futuro da nação se não fizemos o dever de casa de analisar as propostas dos nossos candidatos e a capacidade dos mesmos para que elas sejam alcançadas. Existem bons candidatos e cabe a nós gastar um pouco de tempo na análise dos melhores para que parte do nosso futuro esteja em boas mãos. Os meus sinceros votos são de que, neste domingo, o ganhador seja o eleitor, com um voto consciente.

Luciano Nakabashi, doutor em Economia, é professor do Programa de Pós-Graduação em Economia Aplicada da FEA-RP/USP.

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