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A deputada estadual Luciana Rafagnin (PT) escreveu artigo para a Gazeta do Povo intitulado "A verdade sobre os investimentos do Paraná", em que pretende esclarecer a polêmica sobre os investimentos federais no estado. Infelizmente, o artigo publicado no dia 4 de abril contém tudo, menos a verdade.

Não é verdade, como afirma a deputada, que o Paraná seja o estado do Sul mais "aquinhoado" com recursos federais. Para tentar fundamentar essa tese, a deputada mistura verbas destinadas aos municípios com repasses ao estado, e repete falácias como a suposta ausência de projetos paranaenses.

Louvo o espírito democrático da Gazeta do Povo, que abrigou em suas páginas o artigo da deputada petista que contradiz matérias recentes que esmiuçaram a questão dos repasses. Matérias que dão toda a razão às reclamações do Paraná e permitem rebater, com objetividade, a argumentação mentirosa da deputada. No dia 11 de março, por exemplo, reportagem na Gazeta dizia o seguinte: "O Orçamento de 2013 prevê aplicação de R$ 1,6 bilhão em obras no Paraná. O Rio Grande do Sul receberá R$ 2,6 bilhões e Santa Catarina, R$ 2 bilhões". Além disso, "As duas universidades federais paranaenses – a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) – vão receber R$ 1,4 bilhão para 2013. O valor é a metade do que está programado para as seis universidades federais gaúchas – R$ 2,8 bilhões". E, por fim, "Na Saúde, o número também é desigual. O Hospital de Clínicas da UFPR irá receber R$ 183 milhões em 2013, ante R$ 608 milhões do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA)".

Em 31 de março, outra análise publicada na Gazeta sobre os repasses federais para o Paraná comprova que o estado é sistematicamente prejudicado: o Paraná ficou atrás de Santa Catarina e Rio Grande do Sul no volume de empenhos diretos feitos pela gestão federal. Também perdeu na comparação do volume geral de investimentos (dinheiro utilizado apenas para obras) e nos empenhos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Considerados a parte mais nobre do orçamento, os investimentos da União em 2012 foram menores no Paraná que na comparação com os dois vizinhos regionais. O volume total de empenhos para obras no Rio Grande do Sul foi de R$ 2,87 bilhões (R$ 268 por habitante), contra R$ 1,12 bilhão para Santa Catarina (R$ 180 por habitante) e R$ 894 milhões para o Paraná (R$ 86 por habitante).

A situação do Paraná piora em uma análise apenas das obras listadas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ao todo, apenas R$ 336 milhões em empreendimentos do PAC no estado tiveram recursos empenhados (R$ 32 por habitante). Enquanto isso, os gaúchos tiveram quase quatro vezes mais empenhos (R$ 1,36 bilhão ou R$ 127 por habitante) e os catarinenses, duas vezes mais (R$ 779 milhões ou R$ 125 por habitante). De 11 obras do PAC identificadas especificamente no Paraná dentro do orçamento de 2012, quatro não chegaram a receber empenhos. Outras 12 obras no Paraná, mas que aparecem dentro da localidade "nacional", também não receberam empenhos. Do total de empenhos realizados, R$ 256 milhões foram destinados para manutenção de trechos rodoviários federais.

A inverdade final da deputada Luciana Rafagnin é atribuir as reclamações do Paraná à suposta preocupação eleitoral com a ministra Gleisi Hoffmann. Quando o governador Beto Richa e a bancada paranaense reclamam do tratamento discriminatório dado por Brasília ao estado, o fazem unicamente para defender o Paraná.

Ademar Traiano, deputado estadual pelo PSDB, é líder do governo na Assembleia Legislativa.

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