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Palácio Iguaçu.
Palácio Iguaçu.| Foto: Arnaldo Alves/AEN

O mundo tem sido atacado por um vilão invisível aos olhos humanos, mas seus impactos já são evidentes para milhares de famílias. Eles incluem a perda de pessoas amadas, de emprego, de renda, ou problemas de outra natureza. As medidas necessárias de proteção à vida, como o isolamento social e a redução na atividade econômica, vão resultar no aumento da pobreza em todos os países e não seremos exceção. Ao mesmo tempo em que a doença é enfrentada, o estado do Paraná tem agido com responsabilidade no auxílio a pessoas e empresas. Também tem recebido, diariamente, apoio de gente que não consegue ver o sofrimento alheio de braços cruzados.

A solidariedade talvez seja o retrato mais bonito desse tempo. Os atos de bondade incluem o fornecimento de veículos para o transporte de profissionais de saúde e de cargas, a confecção de máscaras por costureiras voluntárias, doações de tecidos, de álcool em gel, alimentos e produtos de higiene, entre outros itens. Também foram cedidos espaços para uso de médicos e enfermeiros. Essas ações têm ajudado o estado a atender de forma eficiente a população mais vulnerável.

A pandemia tem revelado fragilidades distintas, algumas antigas, outras novas. Gestores públicos devem estar atentos às necessidades de todos. O Paraná já contava com 1,2 milhão de famílias, que somam 3,3 milhões de pessoas, no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal. Destas, 1,08 milhão de pessoas recebem o Bolsa Família. Antes do vírus, só em Curitiba contava-se 27.864 famílias em situação de extrema pobreza, com renda per capita de até R$ 89 por mês.

Todas essas pessoas têm nome, endereço e problemas reais. Alguns dados negativos insistem em aparecer, apesar de esforços e investimentos feitos nos últimos anos. No Cadastro Único, o Paraná conta com 210.450 analfabetos, 34.433 pessoas sem documento informado e 8.577 pessoas em situação de rua. Um dos desafios é impedir a piora desse quadro, para que possamos avançar como planejado.

Há também situações invisíveis às estatísticas, especialmente em tempos de isolamento social. Como estão enfrentando os dias atuais os pais de família que sofrem sem saber o que vai acontecer no dia de amanhã com seus empregos? Como estão vivendo os pipoqueiros que todos os domingos ganhavam seu sustento na frente de estádios de futebol, por exemplo? E os motoristas de táxi e aplicativos? E como estão os artistas, sem palcos, sem plateia?

Há muitas perguntas que precisam de respostas, até mesmo para que a ansiedade da população diminua. Na divisão de tarefas feita pelo governador Carlos Ratinho Júnior, a Secretaria do Planejamento tem a missão de olhar para a frente, planejar o day after, o que vem depois. O trabalho está sendo feito com todo o cuidado, analisando a estrutura de saúde, ouvindo especialistas e gente do setor produtivo, pesquisando o que foi feito em outros países, o que deu certo e o que deu errado, e também acompanhando a evolução dos casos. Quando serão reiniciadas as aulas presenciais e a retomada das atividades econômicas? Em que momento os shoppings e cinemas poderão ser reabertos, como será o retorno de eventos esportivos e culturais?

Por falar em cultura, nos anos 80, uma canção emocionou o mundo. Em We are the World, dezenas de músicos se uniram em projeto de arrecadação de fundos para combater a fome na África. A letra diz que não podemos continuar fingindo que alguém, em algum lugar, fará uma mudança. O chamado é para todos nós. Depois, vieram ações semelhantes em favor do Nordeste brasileiro, do Haiti e para o combate à Aids. Hoje estamos vivendo uma crise de saúde pública e econômica. E é a nossa vez de responder. Como tem mostrado o governo, com planejamento, prevenção, fé, esperança e muito trabalho vamos vencer.

Valdemar Bernardo Jorge é secretário de Planejamento e Projetos Estruturantes do governo do Paraná.

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