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 | Albari Rosa/Gazeta do Povo
| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Foi realizada entre os dias 17 e 20 de outubro em Quito, capital do Equador, a Conferência Habitat III da Organização das Nações Unidas (ONU), da qual pude participar como representante do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e na qual constatei dados importantes. Esta foi a terceira edição da conferência mundial da ONU que discute a sustentabilidade, moradia e adoção de políticas ambientais e sociais inclusivas nos núcleos urbanos. Sua primeira edição ocorreu em 1976, em Vancouver (Canadá); a segunda, em 1996 em Istambul (Turquia); desde então a conferência vem traçando eixos de discussão e o estabelecimento de diretrizes globais para a melhoria da qualidade de vida, preservação do patrimônio ambiental, bem como inclusão social e econômica nos centros urbanos, especialmente nos países em desenvolvimento.

Quando da primeira edição da conferência, na década de 70, os impactos do grande crescimento urbano das cidades no mundo ainda nem sequer faziam parte de uma maior consideração pela comunidade internacional. Foi justamente a realização das edições anteriores da Conferência Habitat da ONU que ajudou a despertar a comunidade internacional em relação à necessidade do estabelecimento de uma agenda global sobre o desenvolvimento sustentável com inclusão social e econômica nas cidades.

O tecido social urbano precisa receber políticas públicas que busquem maior equilíbrio e harmonização

Nesta terceira edição da conferência, os diversos temas tratados convergiram para o entendimento de que o tecido social urbano, apesar das suas diversidades e aspectos multifacetados, precisa receber políticas públicas que busquem trazer-lhe maior equilíbrio e harmonização, no contraciclo do crescimento desordenado e socialmente desequilibrado que ocorre, na medida em que se torna cada vez mais rápido o crescimento urbano das cidades.

É natural que, neste contexto, as demandas sociais e ambientais derivadas da formação célere das cidades se tornem complexas e com progressividade de crescimento, especialmente nos grandes centros urbanos (metrópoles e megalópoles); por isso, há necessidade de estudar e projetar mecanismos de enfrentamento das desordenações e exclusões humanas e sociais que o crescimento urbano proporciona.

Quando surgem anomalias no desenvolvimento sustentável das cidades, todo o seu tecido social, de algum modo, é afetado e sofre consequências de diversas formas, tais como desemprego, miséria, elevação da criminalidade e diminuição da qualidade de vida. Para que as consequências do desenvolvimento sem sustentabilidade sejam combatidas, há de se contar com investimentos financeiros, bem como se discutir a estruturação de novos fundos de financiamento a fim de se custear a execução de projetos sustentáveis nas cidades, visando, acima de tudo, o bem-estar social humano. Por isso a relevância da participação ativa do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) nesta terceira edição da conferência, que teve como objetivo buscar o estabelecimento de uma agenda global sobre os temas envolvidos e novas políticas públicas para o desenvolvimento mais equilibrado e sustentável das cidades.

Estas novas políticas públicas urbanas, em conjunto com as políticas públicas que já vêm sendo adotadas pelos governos de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul por meio do BRDE, tendo como exemplo o programa “BRDE Municípios”, certamente contribuirão sobremaneira na revitalização e mobilidade urbana, inclusão social e econômica, bem como na preservação do meio ambiente das cidades do Sul do país.

João Luiz Agner Regiani é diretor de Operações do Banco Regional do Extremo Sul (BRDE).
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