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Uma vez reeleita para o segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff tem uma missão inalienável: a gradativa transformação em fatos concretos da maioria dos compromissos assumidos em campanha. Para alcançar o êxito aguardado pela sociedade, a presidente não poderá descuidar-se da tarefa de sanear o relacionamento do governo com o Congresso Nacional, relacionamento este que não pode mais ser fundamentado no fisiologismo que só traz danos institucionais – valendo ressaltar que esse modelo de coalizão não é exclusividade do atual governo.

As reformas adiadas por décadas e o combate sem tréguas à corrupção entranhada no tecido governamental serão cobranças diuturnas do setor produtivo. E, nesse aspecto, a sociedade não está mais disposta a dar espaço para as manobras que desviam a atenção da histórica leniência do governo, sobretudo no enfrentamento de questões cruciais como educação, saúde, segurança e infraestrutura, para lembrar as mais elementares.

É ponto pacífico que o maior prejudicado é sempre o contribuinte, de modo abrangente o cidadão de menor renda, que não pode se defender da voragem do modelo tributário vigente.

Micro e pequenos empreendedores são também vítimas do arrocho fiscal implacável, planejado e executado em minúcias para arcar com o custo de um gigantesco e pouco produtivo aparelho de Estado.

Anomalia também diagnosticada na administração e alimentada ao longo do tempo pela incúria e rapinagem dos cofres públicos, com base na viciada majoração dos custos de obras executadas com recursos do erário, a corrupção requer coragem e ousadia no ato de cortar na carne.

Voltando a citar micro e pequenos empreendedores, é dramática a situação vivida por milhares deles, com enormes dificuldades de se manter no dia a dia, ao passo que o governo, mesmo ostentando onerosa estrutura funcional, jamais se mostrou capaz de produzir uma política apropriada à realidade do comércio, que, a exemplo dos demais setores responsáveis pela produção de riquezas, sempre esteve sujeito aos movimentos instáveis da economia e das intervenções sazonais ditadas por tecnocratas.

Os empreendedores que conseguiram resistir foram movidos pela resistência pessoal, criatividade e apego aos projetos de inovação.

Estímulos fiscais, desoneração da folha de pagamento, facilidades na obtenção de crédito para capital de giro e investimentos em projetos de expansão são as coordenadas mínimas que os empresários esperam no momento em que está claramente esgotada a sua capacidade de sustentar os caprichos do governo, que na verdade é um sócio insaciável e cada vez mais perdulário.

Para a execução de uma política adequada à realidade do país, é preciso reduzir de imediato o tamanho da máquina, principalmente pelo corte de gastos com pessoal, pois é esta uma das ações mais eficazes para impedir o aumento da carga de impostos, algo absolutamente inaceitável no contexto atual.

Novo governo, nova equipe e novas ideias foram promessas da então candidata Dilma Rousseff, cujo bom conhecimento da economia e atuação liberta das amarras político-partidárias que retardaram o desenvolvimento lhe asseguram a condição de realizar uma gestão independente que recoloque o Brasil no caminho do progresso e da paz social.

Antonio Miguel Espolador Neto, empresário, é presidente da Associação Comercial do Paraná.

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