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É indiscutível dizer que Curitiba se notabilizou, no passado, por inúmeras iniciativas criativas e inovadoras, que revolucionaram a cidade e a tornaram referência mundial. Posso citar, entre outras ações, o modelo de transporte coletivo interligado, que orientou o crescimento da capital ao longo dos eixos Norte-Sul e Leste-Oeste, trouxe vazão para o tráfego e permitiu o acesso dos passageiros a mais de um ônibus, pagando uma única vez a passagem. Foi copiado internacionalmente.

Os parques, nascidos para solucionar problemas de enchentes, se tornaram atrações turísticas e concederam a Curitiba o título de capital com mais área verde por metro quadrado do Brasil. A Cidade Industrial de Curitiba atraiu indústrias e, mais tarde, empresas de base tecnológica. O polo automotivo, instalado também na região metropolitana, gera empregos e renda. O pioneirismo na separação e reciclagem do lixo foi uma mudança cultural e de comportamento para os cidadãos.

Curitiba criou uma rede de espaços culturais, festivais de música e de teatro. Realmente, dá para ter orgulho da nossa cidade. A capital cresceu, se desenvolveu e atraiu novos moradores, não só de outros estados brasileiros, mas também do exterior. Novos residentes chegam a cada dia e cada vez é maior o número de pessoas que têm vontade de vir morar aqui. Mas, infelizmente, os problemas também cresceram junto e hoje lutamos com dificuldades nas áreas de mobilidade urbana, saúde e de segurança pública. A administração pública perdeu o brilho. As críticas chegaram. "Será que Curitiba não é mais aquela?", questionam.

Como solucionar as dificuldades, continuar inovando e sendo uma cidade inovadora? Como provocar a mudança? Precisamos da participação cidadã. Não basta termos gestores públicos e técnicos especializados e geniais. É imperativo o envolvimento e iniciativa dos cidadãos. O planejamento urbano não pode mais ficar restrito ao governo municipal; temos de engajar os demais setores da sociedade num esforço comum. Unir a academia, os empresários, os clubes de serviço, as entidades de classe, sindicatos, entidades comerciais e industriais em prol do bem comum.

Como presidente da Fiep, em 2010 patrocinei o projeto Curitiba 2030, que estabeleceu uma visão de futuro para a cidade e traçou caminhos para atingir esses objetivos. Envolvemos diferentes atores em um processo de reconstrução da cidade, dividido em eixos estruturantes: Educação, Sustentabilidade, Tecnologia e Cidadania Plena. Esse último ponto é fundamental, pois são os cidadãos que vivenciam e conhecem a cidade, e são os principais agentes para melhorar o presente e estabelecer um próspero futuro. Temos de dar espaço e voz às pessoas e nos movimentar para tirar a todos da passividade, da inatividade. A cidadania plena requer um cidadão consciente de seu papel, de seus direitos e deveres.

Estamos dando um passo importante para isso com a realização, em maio, da Conferência Internacional de Cidades Inovadoras e do Fórum iCities. Por três dias estaremos conversando sobre como melhorar a vida nas concentrações urbanas, com a participação cidadã. Traremos especialistas nacionais e internacionais, mas precisamos muito de você, leitor, cidadão, curitibano interessado na qualidade de vida da capital paranaense. Venha conosco nessa jornada para que Curitiba recupere, na prática, a capacidade de transformação e se torne, de fato, uma cidade inteligente.

Rodrigo da Rocha Loures, empresário e fundador da Nutrimental, é presidente do Conselho do IBQP e ex-presidente da Fiep.

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