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TSE quer ouvir intérprete de Bolsonaro
Urna eletrônica usada nas eleições brasileiras.| Foto: ASICS/TSE

Em todo ano eleitoral, a história se repete: surgem nomes que buscam êxito nas urnas, a esperança se renova motivada pelos belos discursos e promessas, mas, no fim, o resultado fica praticamente inalterado: poucos são os avanços – principalmente na área social –, muitas são as desculpas e, com o passar o tempo, a esperança vai se transformando em frustração. Contudo, como diz o ditado popular, “a esperança é a última que morre”, e, mais uma vez, ela reaparece para acender a chama da possibilidade de novos rumos para os nossos municípios.

E qual seria o perfil do político que eu gostaria de ver administrando nossas cidades? Sei que a resposta para essa pergunta é muito complexa e sei também que não há perfeição em nada, até porque ninguém é perfeito. Erros sempre existirão, pois fazem parte da vida e de qualquer administração. Todavia, não é mais possível aceitar e viver conforme o modus operandi da nossa cultura política, em que o “toma lá, dá cá” é a regra principal do processo.

Em boas palavras, precisamos mesmo é de um estadista na concepção mais plena da palavra, ou seja, alguém que pense na cidade, nos munícipes e não no rotineiro favorecimento dos apoiadores – que, na grande e esmagadora maioria das vezes, “investem” na campanha para terem o almejado retorno, que é sugar o dinheiro público “legalmente”, através de contratos nada republicanos. Como diria um ditado popular, “o diabo cobra a conta de quem vendeu a sua alma para ele”. E pelo visto ele anda solto nos períodos eleitorais.

A política é o caminho e o caminhar para as transformações que queremos. Dela nasce tudo: a graça e desgraça. O responsável pela caneta é o ator principal desta escolha e dos resultados que dela derivam. Eu desejo ver um político que busque enxergar as potencialidades dos nossos municípios para que, a partir delas, surjam realizações que melhorem a vida das pessoas, seja no campo ou na cidade. Precisamos nos conectar com a nossa vocação a fim de que, baseados nela, criemos ideias que sejam praticáveis, rumo ao desenvolvimento. Eu desejo ver um político tendo a coragem de pagar o preço pela mudança de mentalidade que é necessária, uma vez que precisamos sair do intelecto medieval que ainda impera na cabeça de muita gente.

Nosso modelo de política acabou, apodreceu, não se conecta com nada que preste para as nossas cidades. Vivemos de uma mesmice de mediocridade. Com raros exemplos contrários. Eu desejo ver um político que dialogue, não só com as pessoas, mas principalmente com projetos que consigam abrir portas nas demais esferas da gestão pública para beneficiar a municipalidade, ao invés daqueles que fortificam a cultura da emenda parlamentar. Eu desejo ver um político gastando eficientemente nosso dinheiro, já que é possível observar diversas obras muito caras, mas cheias de constantes problemas, dado que foram malfeitas. E, além de caras, são movidas por aditivos – tudo “dentro da legalidade” (parece até piada pronta).

Eu desejo ver um político que seja movido por um sonho, um objetivo: o de deixar seu nome gravado na história, na mente das pessoas, como o gestor que realmente potencializou a vida de cidadãos. Não desejo políticos que se tornem profissionais da política, que só enxergam as benesses do poder para satisfazerem seus promíscuos interesses. Eu desejo ver um político que não seja um analfabeto político, visto que é justamente esse tipo de gente que temos, com parcas exceções. Se verei esse político que eu acredito, só o tempo dirá! Como ainda não pagamos impostos por sonhar, curtamos a esperança, quem sabe dias melhores estejam por vir, afinal, estamos em um ano eleitoral.

Walber Gonçalves de Souza é professor e escritor.

Conteúdo editado por:Jocelaine Santos
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