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O Brasil vive hoje uma das maiores epidemias de dengue da sua história. O número de casos prováveis da doença cresceu 53% nos dois primeiros meses de 2016 em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério da Saúde. Vinte e um estados apresentam aumento de casos em comparação aos primeiros meses de 2015. Oito deles também já apresentam índices que configuram uma situação de epidemia, quando há mais de 300 casos de dengue a cada 100 mil habitantes.

O crescimento da epidemia é reflexo da falta de planejamento do governo Dilma Rousseff. Ao contrário do que diz a propaganda oficial, houve um retrocesso na área de saneamento básico, na ampliação das redes de água e de esgoto. Dos recursos previstos para 2015, o governo federal só usou 9% do previsto. À falta de saneamento soma-se a redução dos investimentos de combate à dengue em todo o Brasil.

Com a vacina, teremos uma importante ferramenta para controlar a doença

Segundo a ONG Contas Abertas, em 2014 foi destinado R$ 1,5 bilhão para estados e municípios combaterem o mosquito Aedes aegypti e prevenirem a doença. Em 2015 foram destinados R$ 250 milhões a menos, sendo que do previsto se usou pouco mais de 60%. Por isso, não é à toa que doenças medievais avançam no Brasil. E nada indica que no curto prazo este cenário vai ser revertido – ainda mais agora, no meio desta crise política que paralisa o governo federal.

Se não há sinais de que haverá aumento de investimento ou ações efetivas de combate à doença, surge pelo menos uma luz no fim do túnel. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou em dezembro uma vacina, capaz de conter a epidemia de dengue que atinge o país. A vacina, produzida e testada por um laboratório francês, promete reduzir em até 93% os casos graves da dengue – aqueles que podem levar à hospitalização ou ao óbito.

A vacina tem eficácia comprovada de 66%, protegendo contra os quatro subtipos do vírus da dengue. Serão três doses, uma a cada seis meses, para imunizar pacientes de 9 a 45 anos; indiretamente, todos ficamos protegidos. Menos vírus circulando na população, menos chance de todos nós, de todas as idades, pegarmos dengue. A medida também tem impacto direto no número de internações, que podem cair em cerca de 81% em locais com campanhas de vacinação.

Em razão da eficácia, apresentei um projeto de lei na Câmara Federal e uma emenda à Medida Provisória 712/2016 para incluir a vacina contra a dengue na Programação de Imunização do SUS. Tenho ajudado o governo do estado em trazer a vacina ao Paraná para imunizar os nossos cidadãos.

Com a vacina, teremos uma importante ferramenta para controlar a doença. No entanto, isso não significa que a população deve se descuidar da prevenção. Combater os focos de mosquito, acabando com a água parada e eliminando os criadouros do Aedes aegypti, continua sendo um dever de todos para ajudarmos a vencer a luta contra o mosquito.

Luciano Ducci é deputado federal pelo PSB, médico pediatra e ex-prefeito de Curitiba.
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