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"Professor, sua tarefa é cuidar que o aluno aprenda. Sua glória é o aluno que sabe pensar." Pedro Demo

O 15 de outubro, Dia do Professor, foi uma data oficializada nacionalmente como feriado escolar pelo Decreto Federal 52.682, de 14/10/1963. O decreto define a essência e a razão do feriado: "Para comemorar condignamente o Dia do Professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar alunos e as famílias".

O que é ser professor? Todo o professor é um educador? Segundo Ivo Juliato: "Enquanto o professor forma o profissional, o educador prepara o cidadão; enquanto o professor ensina a ciência, o educador sensibiliza o coração e a alma; enquanto o professor explica a gramática e expressões numéricas, o educador imprime princípios e atitudes. Por essas e outras razões, todos os professores devem, aos poucos, se tornar educadores".

Para ser professor hoje, afirma Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação: "Precisamos avançar do modelo de professores heróis para o do profissionalismo". Quais seriam os passos desse desafio? Entre outros, oferecer boa formação, manter os professores atualizados, remunerar de forma motivadora, cobrar resultados, avaliar desempenho e atrair a comunidade. Richard Ingersoll, professor de Sociologia e Educação na Univer­­sidade da Pensilvânia, defende, ainda, a necessidade de autonomia para esse profissional tomar decisões, quando necessário, e liberdade no seu trabalho. "Não é justo exigir que os alunos aprendam certos conteúdos se o professor não tem liberdade para definir o currículo de sua aula".

Para a pedagoga Célia Giglio, coordenadora do curso de Pedagogia da Unifesp: "Nossos professores viraram executores, recebem material didático pronto e aplicam".

Como professora de estágio, em visita a escolas, pude perceber que o professor ainda segue modelos o que é lastimável, uma vez que o mestre deve propor suas ideias, criar apresentações de aulas diversas, usar das novas tecnologias, apoderar-se de técnicas e estratégias diferenciadas, saber utilizar o tempo, sem improvisar. Para isso, ele necessita de liberdade em sua grade horária para que possa pensar e elaborar boas aulas. Para atingir esses objetivos, será necessário, contudo, contarmos com professores motivados, felizes e competentes.

O professor, segundo Cristovam Buarque, é feito por cabeça, coração e bolso. Formação continuada, para deixar a cabeça dos professores atualizada. Satisfação profissional, para estimulá-lo a enfrentar novos desafios, fazendo com que o coração bata mais forte. A importância do bolso está no fato de poder investir em conhecimento e atualização. Tudo isso só se faz com trabalho, talento e coragem.

A responsabilidade do educador é grande. Ginott tomou consciên­­cia disso: "Cheguei a uma conclusão aterradora: eu sou elemento decisivo na aula. É a atitude pessoal que cria o clima. É o meu humor diário que determina o tempo. Como professor, possuo um poder tremendo de fazer com que a vida de um menino seja miserável ou feliz. Posso ser um instrumento de hu­­mor, de lesão ou cicatrização. Em todas as situações, é minha resposta a que decide se uma crise se agudizará ou se apaziguará e um menino se humanizará ou desumanizará." – de Ginott(1973), em Parceiros Educa­­do­­res, de Clemente Ivo Juliatto.

Elinor Eschholz Ribeiro, mestre em Educação pela UFPR, é professora na Uniandrade.

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