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CNE recomenda que não haja reprovação em 2020
| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo/Arquivo

Em sua 20ª edição, o Prêmio Péter Murányi 2021-22 contemplou a área da educação, recebendo um total de 208 trabalhos, indicados por 108 universidades e instituições de ensino e de fomento à ciência e pesquisa de todo o país. Foram destinados R$ 200 mil ao primeiro colocado, R$ 30 mil ao segundo e R$ 20 mil ao terceiro. Com isso, desde sua criação, a iniciativa da fundação de mesmo nome somou 1.923 trabalhos avaliados, em quatro áreas temáticas anualmente alternadas (educação; saúde; ciência & tecnologia; e alimentação), entregando R$ 3,4 milhões em premiação.

O Prêmio Péter Murányi foi criado com a missão de reconhecer talentos que contribuam, por meio do trabalho posto em prática, para a melhoria da qualidade da vida de povos em desenvolvimento, tendo como critérios a inovação e a aplicação concreta, condições que foram alcançadas com mérito pelo vencedor deste ano: a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace). Desenvolvida na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo pelas professoras Roseli de Deus Lopes, Irene Karaguilla e Elena Saggio, a Febrace tem como propósito induzir práticas pedagógicas inovadoras nas escolas, proporcionando oportunidades aos estudantes e permitindo que desenvolvam o senso crítico-construtivo, por meio de projetos investigativos.

Pensada como ação de referência para projetos e iniciativas com o propósito de estimular a cultura científica e o empreendedorismo na educação técnica e básica, a feira científica vem promovendo, ao longo de mais de 18 edições, a aproximação entre escolas (públicas e privadas), universidades e centros de pesquisa, promovendo a interação entre o corpo docente, pesquisadores e os alunos. Seus resultados mostram a importância de iniciativas como essa para disseminar o fortalecimento da cultura científica entre os estudantes. O projeto cumpre o papel de incentivador da educação de qualidade e de fomentador do pensamento criativo e empreendedor. Este é um bom caminho para possibilitar o desenvolvimento econômico, tecnológico e social do Brasil, bem como preparar uma geração de novos educadores.

O projeto cumpre o papel de incentivador da educação de qualidade e de fomentador do pensamento criativo e empreendedor

Esses são propósitos que atendem às demandas atuais e de mais longo prazo da educação brasileira, que foi abalada pela pandemia, como ocorreu em todo o mundo. O retorno às aulas presenciais, no segundo semestre de 2021, buscou recuperar o que foi perdido, considerando que, a despeito do esforço de todos os envolvidos – instituições de ensino, professores e comunidade dos alunos –, o modelo digital não conseguiu suprir integralmente as necessidades. Em nosso país, assim como em outras nações, nem todas as famílias tinham recursos tecnológicos para que suas crianças e jovens pudessem acompanhar de modo adequado as aulas remotas.

Avaliando tudo o que precisa ser recuperado e as deficiências estruturais que a educação pública brasileira já apresentava antes do novo coronavírus, são relevantes o estímulo ao setor de ensino, o reconhecimento público, o compartilhamento e a disseminação de experiências bem-sucedidas. É o caso dos 208 trabalhos apresentados ao Prêmio Péter Murányi pelas instituições científicas indicadoras, exemplos de contribuições para que possamos avançar.

A educação é decisiva para a redução das desigualdades e inclusão socioeconômica, e ainda há muito trabalho a se fazer para que possamos alcançar a excelência no sistema público, apesar da universalização das matrículas, alcançada neste século. Sua qualidade é crucial para conquistarmos a posição de economia de renda alta e melhores índices de desenvolvimento.

Vera Murányi Kiss é presidente da Fundação Péter Murányi.

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