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A poucas semanas do início da Copa do Mundo 2014, que terá quatro jogos em Curitiba, é grande a expectativa da população quanto ao sucesso do maior evento futebolístico do planeta, que depois de 64 anos volta a ser realizado no Brasil. Todas as providências foram tomadas, embora de forma atabalhoada, para a construção das arenas das cidades que hospedarão os jogos, bem como foram realizadas muitas obras visando à melhoria da mobilidade urbana.

No entanto, na maioria das cidades indicadas para sediar jogos, é forçoso constatar que o acúmulo de problemas pesou no retardamento da execução dos inúmeros projetos do chamado PAC da Copa, tornando recorrente a lamentável prática dos agentes públicos brasileiros, a falta de planejamento. Essa deficiência estrutural torna-se responsável por uma das mais graves anomalias da administração pública em nosso país, ou seja, a absurda majoração dos custos finais das obras em execução, como ocorreu em todas as arenas construídas, inclusive com o aporte emergencial de recursos públicos. Não é um exercício impossível a avaliação da gama de dificuldades decorrentes da realização de evento dessa magnitude, assim como ficou notória a ineficácia do discurso apologético dos responsáveis por infindáveis grupos ou comissões constituídos para dar o seguimento esperado às providências indispensáveis para o sucesso do empreendimento. Mais uma vez, conclui-se que o Brasil mostrou ao mundo que aqui tudo é de difícil encaminhamento, mormente em função do excesso de exigências do emaranhado burocrático, mas, sobretudo, como um subproduto do péssimo costume de deixar tudo para a última hora. Os prazos estipulados foram em sua maioria ultrapassados, assim como foram estourados os orçamentos previamente anunciados. Além disso, resta também a lamentar que a morosidade das obras previstas para a maioria das sedes fará com que os jogos se realizem sem que tudo esteja inteiramente pronto.

Tirando as adversidades, é de justiça reconhecer que a Copa deixará importante legado aos habitantes das cidades escolhidas para sediar jogos, que na se­quência começarão a perceber os benefícios na mobilidade urbana, modernização dos aeroportos e ampliação do número de turistas, entre outros ganhos socioeconômicos. Não fosse a realização da Copa, sabe-se lá quando teríamos essas obras.

A Associação Comercial do Paraná lutou desde o primeiro momento contra a decretação de feriados nos dias de jogos em Curitiba, em primeiro lugar para atender ao interesse da maioria absoluta de seus associados e da própria sociedade, mas também por identificar na iniciativa um inaceitável cerceamento da atividade produtiva, justamente num período em que a cidade receberá milhares de visitantes.

Fazendo a lição de casa, a entidade não poupou esforços para estimular o comércio a se preparar para melhor atender a demanda extemporânea, sendo óbvios os benefícios auferidos. Elaborou igualmente uma campanha publicitária a ser lançada nos próximos dias, com o inestimável apoio da imprensa e da prefeitura municipal. Curitiba está pronta para dar boas-vindas às delegações da Espanha, Austrália, Honduras, Equador, Irã, Nigéria, Argélia e Rússia, que jogarão aqui, mas especialmente aos cidadãos desses países que virão incentivar seus atletas e, mesmo aos irmãos de estados vizinhos e do interior.

Edson José Ramon é empresário e presidente da Associação Comercial do Paraná.

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