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 | Daniel Castellano/Arquivo Gazeta do Povo
| Foto: Daniel Castellano/Arquivo Gazeta do Povo

No ranking de exportação de alimentos, o Brasil ocupa uma posição de destaque. Somos o segundo colocado e, de acordo com as expectativas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), devemos, nos próximos anos, alcançar o topo dessa lista. Posição que já conquistamos no embarque de produtos como soja, melão, café, açúcar, carne bovina e de frango.

Manter a confiança e a porta aberta para a comercialização de diversos alimentos ao redor do mundo, entretanto, exige muito mais que a garantia de volume de produção; requer qualidade do início ao fim do ciclo. O que confirma a sustentabilidade do nosso agronegócio: com práticas que respeitam o meio ambiente e as condições de trabalho de seus colaboradores. Além de contarmos com uma cadeia produtiva muito bem preparada e tecnificada.

No manejo das lavouras, por exemplo, observa-se também grandes avanços. A biotecnologia tem ganho espaço no campo; suas soluções à base de micro-organismos (algas, leveduras, bactérias ou fungos) auxiliam de forma natural no desenvolvimento dos cultivos em suas diversas fases, impactando na produtividade e na qualidade do que é colhido no Brasil.

Ainda há muitas mesas a serem ocupadas com a qualidade dos alimentos por nós produzidos

Alternativas como essa têm ido ao encontro da busca por um uso cada vez mais racional dos defensivos no país. Órgãos fiscalizadores como o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) têm auxiliado nesse sentido. O que nos tem permitido caminhar muito bem para o futuro.

No caminho, porém, existem alguns obstáculos a serem vencidos. Um deles é a carência de ações educacionais no campo, que impede avanços ainda mais concretos no agronegócio. Isso porque muitas vezes o erro decorre da falta de conhecimento em determinadas situações, o que poderia ser evitado por meio de uma orientação prévia ao produtor e aos envolvidos no processo.

Leia também:Desperdício e o “novo” modelo do sistema alimentar (artigo de Caroline Rosaneli, publicado em 21 de novembro de 2016)

Leia também:Combater o desperdício de alimentos: um debate urgente (artigo de Alan Bojanic, publicado em 5 de maio de 2014)

Outra dificuldade do setor, devido às grandes dimensões do país, é a infraestrutura. Longe dos centros urbanos, algumas rodovias, ferrovias, centros de armazenagem e meios de produção, por exemplo, estão defasados, o que não permite uma igualdade na qualidade do que é produzido em todas as regiões do Brasil, diferentemente do que acontece na Europa e nos Estados Unidos.

Em um mundo globalizado, onde a informação e a comunicação ultrapassam barreiras, os produtos com qualidade já são reconhecidos pelo consumidor e não há mais espaço apenas para a métrica quantitativa. A sociedade está consciente e exigente em relação ao que ingere, procurando saber exatamente o que está por trás da produção daquele alimento, se o ciclo produtivo tem uma atitude social e ambiental responsável. Por isso, esses cuidados são tão importantes para nos mantermos entre os principais players do agronegócio e um grande parceiro para a garantia da segurança alimentar.

Ainda há muitas mesas a serem ocupadas com a qualidade dos alimentos por nós produzidos. Ao encontramos soluções eficientes para esses gargalos, os bons frutos serão inevitáveis.

Ney Ibrahim, engenheiro agrônomo com pós-graduação em Marketing pela ESPM e mini-MBA em gestão pela University College Dublin/Alltech, é diretor comercial da Alltech Crop Science Brasil.
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