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O Movimento Passe Livre de Curitiba nasceu no primeiro semestre de 2005. Ainda no início daquele ano, tinha sido produzido um folheto alertando a população sobre um possível aumento da tarifa de ônibus, e chamando os estudantes para um ato. Os argumentos vinham do Fórum Popular de Transporte. O então prefeito, em uma jogada demagógica e politicamente articulada, subsidiou a redução de 10 centavos e atendeu parte das reivindicações. Dessa forma, conseguiu acabar com o Fórum Popular de Transporte. Mas a tentativa de construção do MPL persistiu.

Desde então, o MPL-Curitiba integrou várias frentes, plenárias, fóruns, organizações independentes sobre o transporte coletivo da cidade. Como resultado desse acúmulo, no ano de 2011 o Movimento participou organicamente na construção da Rede Contra o Tarifaço. Composta por inúmeras entidades, a Rede teve como foco impedir o tarifaço de R$ 2,50.

Durante essa jornada de lutas, o MPL-Curitiba conseguiu colocar em pauta questões sobre o cálculo equivocado da tarifa, a falta de transparência na gestão do transporte coletivo, a licitação fraudulenta do transporte em 2009, bem como a possibilidade real de implementar a tarifa zero.

Neste ano de 2013, impulsionado pelo levante de São Paulo, o Movimento se juntou às manifestações gigantescas e resgatou suas principais pautas no curto, médio e a longo prazo. No curto prazo, exigimos revogação e congelamento da tarifa em R$ 2,60, com domingueira a R$ 1. No médio prazo, a implementação do projeto Tarifa Zero, amparado pelo tripé da gestão, realizada por uma Comissão Municipal do Transporte (CMT), a criação de uma frota pública, a fim de desenvolver parâmetros para os cálculos tarifários, e a municipalização total do transporte coletivo; uma das formas de subsídio é onerar a fração mais abastada da sociedade, que é quem se beneficia com os deslocamentos – dessa maneira, podemos dizer que há um transporte público verdadeiro. No longo prazo, desmercantilização das relações humanas (ou o fim do capitalismo).

O prefeito anunciou corte de R$ 0,15 na tarifa; entretanto, mantemos a nossa reivindicação imediata: revogação e congelamento em R$ 2,60 e domingueira a R$ 1; frota pública e transparência nas políticas de subsídios. Quem irá decidir sobre o futuro das próximas manifestações e suas intensidades é a própria prefeitura. Independentemente de as manifestações em outros estados acabarem ou não, aqui continuaremos até sermos contemplados.

Vale esclarecer que repudiamos toda e qualquer violência contra os partidos. Junto a eles construímos todo o contexto de protestos. Nossas manifestações são pacíficas. Não apoiamos prisões, criminalizações e multas, resultado das práticas excludentes das autarquias. Se há destruição de mobiliário urbano é porque há grande insatisfação popular, o que não é caso de polícia, mas de se rediscutir as políticas públicas.

Luana Martins é militante do Movimento Passe Livre de Curitiba.

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