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Custo de transação é um conceito popular entre economistas e é definido como o "custo de se usar o mercado". Por exemplo, perder uma hora esperando um táxi livre no centro da cidade é um custo de transação. Em um mercado funcional, os empresários que têm menores custos geralmente prevalecem, e o custo de transação funciona como um custo qualquer. Portanto, é comum que mercados apresentem soluções para driblar esse tipo de custo. No caso do serviço de táxis, a solução tradicional é a de oferecer o serviço por meio de cooperativas com atendimento por telefone.

A constante evolução tecnológica pela qual o mundo passa tem facilitado cada vez mais o encontro de demandantes e ofertantes de um mesmo serviço, ou seja, tem reduzido estes custos de transação. O surgimento de aplicativos para smartphone que facilitam a um passageiro encontrar um táxi é um exemplo perfeito de como a tecnologia pode reduzir este tipo de custo. Como o governo restringe a oferta do serviço abaixo da quantidade necessária, o que é a causa principal da escassez de táxis na cidade, uma tecnologia que facilite a taxistas encontrar passageiros é uma boa saída para enfrentar essa falta de táxis. A tecnologia pode reduzir tanto o tempo que passageiros ficam a esperar por um táxi quanto o tempo que taxistas passam dirigindo sem passageiros. Custos de transação são um "peso morto" em um mercado, e reduzi-los representa ganhos para todos.

É claro que a introdução de uma nova tecnologia pode incomodar as firmas já estabelecidas. Entretanto, tentar impedir que os aplicativos participem do mercado é uma péssima opção para as centrais de radiotáxi. A tecnologia não pode ser vista como uma ameaça, mas como uma oportunidade de melhorar o serviço, ao ser incorporada nessas empresas. As centrais de radiotáxi estabelecidas possuem uma vantagem competitiva por terem um conhecimento melhor do mercado de táxis em Curitiba. Enfrentar a competição pode significar maiores lucros para essas empresas.

Quando novas tecnologias entram em um mercado, sempre existe uma ânsia de criar regras ou regulações. No entanto, a única regulação necessária é a do consumidor. O dinamismo oferecido pela internet deve ser aproveitado com uma competição livre dos aplicativos. Se é do interesse dos consumidores, por exemplo, a segurança na hora de requisitar um táxi, os aplicativos que são considerados mais confiáveis – talvez os ligados às centrais de radiotáxi estabelecidas – podem conseguir a maior fatia do mercado. A questão é que só é possível descobrir qual a melhor maneira de oferecer um serviço se houver um processo competitivo entre várias empresas, permitindo que os consumidores escolham as melhores firmas. A internet, sendo um espaço livre de barreiras, é capaz de fornecer um ambiente suficientemente dinâmico para que esse processo possa ocorrer.

Como a oferta de táxis é restrita e não pode aumentar a não ser por lei, a única forma de melhorar o atendimento da população é melhorando a utilização dos táxis que podem circular. Reduzir o custo de encontrar táxis é o caminho para melhorar essa utilização, e essa combinação de tecnologia e competição pode ser a solução procurada.

Matheus Assaf, economista, é especialista do Instituto Liberal.

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