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Sempre ouvi dizer que um país que recebe a Jornada Mundial da Juventude não continua como antes. Realmente, as experiências vividas por nós ainda deverão ser mais explicitadas por tantos que as viveram e que querem expô-las para a maior glória de Deus e para que mais pessoas possam aproveitá-las para suas vidas tomarem o rumo da paz e da fraternidade.

Há exatamente um ano nós celebrávamos a Jornada Mundial da Juventude, realizada entre 23 e 28 de julho de 2013, no Rio de Janeiro, com a grande e marcante presença do papa Francisco. Este encontro foi marcante para toda a Igreja e para a sociedade, pois tivemos a graça de presenciar milhões de jovens reunidos para aprofundar o tema "Ide, pois, fazei discípulos entre todas as nações"! O público da missa de envio na Praia de Copacabana, que completa um ano exatamente hoje, chegou a 3,7 milhões de pessoas.

Eu comentei logo depois do encerramento da JMJ e não me canso de repetir: vimos Deus agir! Não há outra explicação. Para quem tem fé, passado um ano é momento de ação de graças. Para quem não crê e vê apenas com a sua miopia humana, será difícil perceber tudo isso. Vemos cada ato, cada pessoa, cada família, cada paróquia como instrumentos nas mãos de Deus. Como não ver isso na resposta dos jovens às provocações de várias intolerâncias nesses dias? Como não olhar com fé a paciência e alegria demonstradas em enfrentar chuva, frio, filas, mudanças? Como não louvar a Deus por ver o nosso povo abrir as portas de seu coração e de suas casas para acolher? Como não perceber que a ação de Deus no coração das pessoas vai além do que possamos programar como, por exemplo, a limpeza dos trens e da praia? Como não perceber que mesmo as autoridades civis e militares têm saudade da JMJ e descobriram que todas as dificuldades e previsões de problemas são resolvidas quando os cristãos agem com fé e vivem no seguimento verdadeiro de Jesus Cristo? É hora de Te Deum laudamus! É o momento propício de sair ao encontro dos que, tendo participado da JMJ, ainda não encontraram ressonância em nossas comunidades eclesiais.

Agora é tempo de continuar! É tempo de continuar regando as sementes plantadas no Campo da Fé dos corações jovens! É tempo de chamarmos todos os que estão buscando um mundo melhor e mais justo para que, no seguimento de Cristo, se unam a nós nessa caminhada de paz pela transformação de uma sociedade cansada e abatida pela corrupção e pelas injustiças. O mundo novo sonhado por todos acontece quando colocamos em prática os valores do Evangelho. É tempo de esperança e confiança no Senhor que nos conduz. Nada nos desanima, e as dificuldades e crises são ótimas oportunidades para anunciar ainda mais aquele em quem nós cremos e em quem nós depositamos nossa esperança: Jesus Cristo, nosso Senhor.

A experiência da JMJ permanecerá como um momento importante não só para os católicos, mas para todas as pessoas de boa vontade que viram que um mundo novo é possível! Viram que é possível existir jovens que querem a transformação da sociedade e sabem respeitar as pessoas e instituições. Viram quais os caminhos de uma "civilização do amor" que buscamos fazer acontecer nestes tempos de escuridão e dificuldades! A luz que se acendeu em Copacabana e que, graças às mídias, foi para o mundo todo continuará acendendo muitas outras regiões do mundo. São João Paulo II, idealizador desse evento, estará intercedendo por nós.

Dom Orani Tempesta é cardeal-arcebispo do Rio de Janeiro.

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