• Carregando...

Um acontecimento importante para a comunicação social paranaense, transcendendo o mero domínio acadêmico, tem sido comemorado neste ano. É o jubileu de ouro do curso de Jornalismo da centenária UFPR, cujo funcionamento começou em 1964.

Desde seu princípio – coincidente com um dos períodos tenebrosos da história do Brasil – até o momento presente, grande número de alunos passou pelo curso em suas diversas fases. Superando as dificuldades iniciais de implantação e de restrições às liberdades individuais e coletivas que refletiam diretamente na prática cotidiana do jornalismo, houve preocupação em oferecer uma formação voltada ao conhecimento generalista das humanidades, mesclada ao ensino das técnicas de produção nas diversas mídias com preponderância aos veículos impressos.

Na década seguinte, tive o privilégio de ser estudante de Jornalismo nesse curso, ingressando em 1976, época de transição entre o pioneirismo do período anterior e a busca de condições técnicas e de infraestrutura para atender a demandas do mercado de trabalho. Para tanto havia grande empenho, sobretudo do corpo docente. Nove anos depois, passei a ser professor mediante concurso público em 1987, condição exercida atualmente.

Responsável pela formação intelectual e técnica de diversos profissionais reconhecidos nacional e internacionalmente, esse curso comemora dignamente seus 50 anos, apesar de problemas recentes que levaram a medidas do Ministério da Educação.

Assim é que vários eventos marcaram as comemorações, com debates e palestras, encontros sociais e recreativos. Foram produzidas reflexões sobre a comunicação como ação política, sobre a dicotomia entre os enfoques técnicos e o foco na pesquisa, resvalou-se em considerações sobre as transformações formativas e sua relação com a evolução da sociedade, traçou-se panorama do jornalismo público ou de serviço, discutiram-se questões como o jornalismo e os movimentos sociais, a tecnologia e o protagonismo etc.

No entanto, mais do que isso, é necessário prestar real tributo em agradecimento às pessoas que, ao longo do cinquentenário, permitiram ao curso trilhar seu caminho, dando parte de sua vida ao trabalho ali realizado. Cultivar a memória daqueles que contribuíram de algum modo para a realização do sonho profissional de tantos é reconhecer seu papel na história, pois nada mais valioso do que o capital humano – sem ele não há futuro a ser buscado.

Entre os vários nomes que vêm à lembrança aleatoriamente estão professores como Hélio Puglielli, João Féder, Danilo Cortes, Airton Batista, Roberto Novaes, Ieda Matias, Apollo Taborda França, José Crippa, Ana Maria Crippa, Paulo Khoeler, Elizabeth Vasconcelos, Eurico Schwinden, Eliane Fontoura, Lucia Camargo, Patrícia Mollo, José Wille, Celsi Silvestrin Bronstrup, Rubens Sprada Mazza, Anely Ribeiro.

Junto a estes, pessoas que trabalharam na área administrativa, como Olinda Maciel, Jussara Macedo, Sandra Andrade e Delma Maskow.

A todas essas pessoas certamente vale sempre o reconhecimento e permanente ato de gratidão, mais do que todas as outras formas comemorativas ou elucubrações de valor intelectual nem sempre elevado. João Somma Neto, doutor em Jornalismo, é professor do Departamento de Comunicação da UFPR.

Dê sua opinião

Você concorda com o autor do artigo? Deixe seu comentário e participe do debate.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]