Em estreia no Roda Viva, Haddad é mais do mesmo; na campanha, Bolsonaro age como bombeiro

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Bom Dia!

Na primeira entrevista como candidato à Presidência ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite de ontem (22), Fernando Haddad (PT) não avançou no mea culpa. Reconheceu erros do PT com a mesma timidez com que já o fizera, mas criticou duramente seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL). Para Haddad, o capitão da reserva não teria um pingo de cultura democrática. O candidato do PT, no entanto, sambou para explicar sua declaração, na semana passada, sobre prender empresários para fazer delação premiada e revelar o suposto esquema de compra de disparos de mensagens contra o PT.

Questionado ainda sobre se seria correto acusar de ameaça à democracia um candidato que teve 46 milhões de votos no primeiro turno, saiu com esta: “Os social-democratas erraram ao denunciar a ameaça nazista na Alemanha?” Aliás, mais cedo, Marina Silva (Rede), candidata derrotada à Presidência, mostrou que flerta com essa tese ao declarar “voto crítico” em Haddad em um longo textão no Facebook.

Pancada

O dia de Bolsonaro foi dedicado a apagar o incêndio causado por seu filho. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu a investigação de Eduardo Bolsonaro (PSL), eleito deputado federal por São Paulo, por crime contra a segurança nacional em razão de sua fala sobre o fechamento do Supremo, que veio à tona no final de semana. O ministro decano da corte, Celso de Mello, também reagiu duramente, mas o presidente do tribunal, ministro Dias Toffoli, soltou apenas uma nota tímida.

Já o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio Noronha, declarou que a reação à declaração foi exagerada. Mas Bolsonaro sentiu o baque: pediu desculpas em nome do filho, a quem chamou de “garoto”, e escreveu uma carta a Celso de Mello, em deferência ao Poder Judiciário.

Desinformação

A guerra digital continua a todo vapor. O Facebook anunciou ontem a remoção de 68 páginas e 43 contas acusadas de violar a política de autenticidade da plataforma e espalhar desinformação beneficiando Bolsonaro. Já a investigação sobre a suposta compra de disparos de mensagens contra o PT por empresários foi colocada sob sigilo. A investigação está sendo feita pela Polícia Federal (PF) em inquérito aberto no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

E, no meio da grita pelas fake news, o colunista Pedro Menezes escreve sobre o que, na verdade, pode eleger Bolsonaro e – conclui:

A vitória de Bolsonaro é fruto das “real news”. A princípio, é mais sensato concluir que seus eleitores são tão racionais quanto os de Haddad. Eis uma realidade dura demais para uma esquerda que jurava monopolizar os anseios do povo. Nossa primeira reação após a notícia de que perdemos algo, segundo o famoso Modelo Kübler-Ross, é a negação. Que o leitor fique esperto nas próximas semanas, porque o segundo estágio é a raiva.

Segue o jogo

Seja como for, a campanha do capitão da reserva continua a todo vapor. Colunista e editor de República, André Gonçalves escreve sobre os planos para o início de um eventual governo: a apresentação de um pacote de reformas econômicas, ainda guardado a sete chaves, e de um pacote de segurança pública.

Enxuga

O candidato do PSL também tem defendido reduzir ministérios. Pelo que se sabe até agora, 10 pastas se tornariam apenas 4. Mas as propostas enfrentam críticas e ressalvas dos próprios aliados.

Pátria grande

E o líder nas pesquisas tem mantido contato com lideranças liberais e conservadoras da América Latina. Ele deseja criar um bloco de países liberais e reformar o Mercosul, embora ainda não tenha apresentado nenhuma proposta concreta para a área.

Alto, lá

A Gazeta do Povo já alertou repetidas vezes para a ameaça que o PT representa para a democracia e quais pontos o partido precisaria rever para merecer a confiança do povo brasileiro. O editorial de hoje (23) revisita isso, mas aponta as questões nas quais quem precisa de autocrítica é Bolsonaro:

O candidato já defendeu a tortura em geral e um torturador em particular – Carlos Alberto Brilhante Ustra, citado no voto proferido por Bolsonaro na votação pela admissibilidade do processo de impeachment de Dilma Rousseff, em 2016. Além disso, zombou publicamente de brasileiros que sofreram nas mãos da tigrada, como a jornalista Miriam Leitão – um caso em que um pedido de desculpas pessoal seria a melhor atitude [...] Além disso, Bolsonaro também já fez diversas menções abertamente preconceituosas contra minorias, especialmente homossexuais [...] O grande problema, aqui, não está na legítima crítica a comportamentos ou a políticas educacionais, mas em frases que vão, aos poucos, erodindo o respeito à dignidade das pessoas.

E acrescenta:

O futuro presidente não será governante apenas dos seus aliados ou apoiadores, mas de todos os brasileiros; a demonstração de respeito a todos eles e à dignidade que todos têm – e que é aviltada por práticas como a tortura ou o preconceito – é sinal de grandeza, ainda mais quando há a coragem de romper com convicções errôneas do passado.

Ocupado

Toffoli talvez tenha se manifestado timidamente sobre a fala de Bolsonaro filho sobre o STF porque esteja mais preocupado em afrouxar regras republicanas no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), também presidido por ele. O ministro retirou a quarentena que impedia os conselheiros de usar o CNJ como trampolim para conquistar vagas em tribunais.

Sprint

Kelli Kadanus visita a trajetória do ex-juiz Wilson Witzel (PSC), aliado de Bolsonaro que atropelou os demais pleiteantes ao governo do Rio de Janeiro e é o favorito a ser eleito para o cargo no próximo domingo (28).

Ideologia de gênero

Uma das grandes bandeiras do capitão da reserva nestas eleições foi o combate à ideologia de gênero, que muitos liberais e progressistas nem admitem existir. Nos Estados Unidos, o governo do presidente Donald Trump prepara uma ofensiva contra a legislação que, modificada pelo ex-presidente Barack Obama, tenta substituir a noção de sexo biológico pela de gênero.

Só faltava essa

E tem gente achando que Bolsonaro é uma ameaça ao país. Andrea Torrente (Bom Gourmet) informa: “Comer pipoca sem lambuzar os dedos? No Rio uma nova onda tomou conta das carrocinhas dos pipoqueiros que passaram a oferecer pinças descartáveis aos clientes para que não ‘sujem’ as mãos. Conheça o jeito gourmet de comer a popular iguaria!”

Arco-íris

Calma, que o ano só tem 12 meses. Isadora Rupp (Viver Bem) recomenda: “Outubro rosa, novembro azul, julho vermelho... entidades e governo travam uma disputa pelos ‘meses coloridos’ que marcam a prevenção e conscientização de doenças como câncer de mama, de próstata, diabetes, etc. Saiba o que significam as cores, mês a mês, no calendário das doenças.”

Prêmio

Pra você tomar no domingo. Andrea Torrente (Bom Gourmet) informa: “A catarinense Bierbaum foi eleita a melhor cervejaria do ano na Copa Cerveja Brasil. Veja todas as cervejas premiadas!”

Volta ao mundo em 1 minuto

Pra balançar isso aqui é bomba! Vandré Kramer (Mundo) escreve:

Sol Nascente. O Japão não quer ficar atrás da China e prepara uma ofensiva geopolítica no Pacífico e no Índico. Aposta em uma liderança mais forte, com direito a recursos a projetos financeira e ambientalmente sustentáveis e a um alcance militar mais amplo.

Caravana. Mr. Trump ameaçou cortar ajuda financeira a Guatemala, Honduras e El Salvador, porque, segundo ele, os países não foram capazes de controlar a saída dos migrantes, que já estão no México. Mesmo programas de desenvolvimento e campanhas de propaganda financiadas pelos EUA na Guatemala não têm surtido efeito.

Bomba! E, por falar em Mr. Trump, Filipe Figueiredo, colunista de política internacional, comenta a decisão dos Estados Unidos em saírem do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário assinado há 30 anos com a ex-União Soviética. O acordo aboliu mísseis com alcance entre 500 e 5.000 quilômetros.

Imagem do dia:

Paraná

A egrégia Justiça paranaense. Euclides Lucas Garcia (Política Paraná) escreve:

“Pressionado. O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) votou nesta segunda-feira um projeto para atender determinações feitas pelo CNJ sobre o equilíbrio de forças de trabalho entre o primeiro e o segundo graus. Entretanto, vários dos pontos mencionados na liminar concedida pelo conselho não foram abordados, como a desproporção na quantidade de cargos comissionados.

Desinformação. Principal aliado de Jair Bolsonaro (PSL) no Paraná e deputado estadual eleito com a maior votação da história, o deputado federal Fernando Francischini (PSL) usou R$ 28 mil de dinheiro público da cota parlamentar à qual os parlamentares têm direito para fazer pagamentos à Novo Brasil Empreendimentos Digitais. A empresa foi apontada como responsável por 68 páginas e 43 perfis pró-Bolsonaro que foram tirados do ar nesta segunda-feira pelo próprio Facebook.

Volta tudo? A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao Supremo Tribunal Federal que invalide a decisão que tirou da prisão o ex-secretário José Richa Filho, o Pepe Richa. No agravo regimental, ela solicita ao relator do caso, ministro Gilmar Mendes, que reconsidere o habeas corpus em favor do irmão do ex-governador Beto Richa (PSDB) ou envie o processo para julgamento da Segunda Turma do STF.”

Curitiba

Quer fazer umas comprinhas? Confira a seleção dos nossos editores:

Tem de tudo. Fernanda Leitóles (Curitiba) recomenda: “Mais um supermercado vai ser inaugurado na região de Curitiba. A unidade começa a ser construída em janeiro de 2019 e deve abrir em julho. Quatrocentos empregos diretos e indiretos devem ser gerados. Saiba mais!”. E mais esta: “Um leilão em Curitiba terá veículos com lances a partir de R$ 150. As motos e os carros foram apreendidos pela Superintendência Municipal de Trânsito. Confira mais informações sobre o leilão.”

Wonderwall. Marina Fabri (Guia) indica: “Autor de canções que vão ficar para sempre na história do rock’n roll, Noel Gallagher não pretende parar de compor tão cedo. ‘Quando o Oasis acabou, em nenhum momento eu pensei em parar. Sou muito bom para me aposentar’, disse o cantor inglês em entrevista ao Guia Gazeta do Povo. Ele e seus High Flying Birds se apresentam por aqui no dia 7 de novembro.”

Cidade verde. E não vá embora sem ler esta aqui do João Rodrigo Maroni: com a ideia de unir a funcionalidade e a beleza das mudas ornamentais, um casal resolveu criar um espaço para vender vasos de hortaliças e ervas para levar e plantar em casa. Dentro de um shopping aqui da capital!

Um ótimo dia a todos!